A Base Nacional Comum Curricular e a gestão por resultados

o ideal empresarial na educação pública

Resumo

Considerando o contexto da elaboração e aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na década entre 2010 e 2020, este artigo problematiza a participação da Fundação Lemann como uma das articuladoras desse processo. Objetivando desvelar esta parceria público-privada, busca-se conhecer e analisar as aproximações entre a Fundação Lemann e a BNCC. A pesquisa exploratória, de cunho documental, pautou-se no materialismo histórico-dialético. Da análise, buscou-se os relatórios anuais da Fundação Lemann e textos introdutórios da BNCC, além de artigos de opinião em revistas e jornais on-line e a legislação educacional. A análise apontou que a participação da Fundação nas políticas educacionais se fortaleceu, além da parceria público-privada, promovendo a prática de gestão gerencialista. Na aparência, busca a qualidade da educação nacional conforme preconiza o Movimento Todos pela Educação, porém, na essência, o seu interesse é o do mercado, formando trabalhadores com habilidades e competências técnicas. Quanto à BNCC as ações que culminaram na sua homologação partem de uma visão ideológica particular da própria Fundação Lemann de como a sociedade deve funcionar, considerando um projeto de sociedade regulado pelo corporativismo empresarial, pela meritocracia e pelo empreendedorismo orientado por pressupostos gerencialistas de educação.