A Educação bilíngue para crianças surdas: surdez como experiência e infância como potência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/eduf.v9i27.12624

Palavras-chave:

Educação Bilíngue. Surdez. Infância.

Resumo

Este artigo tem como objetivo discutir sobre a educação bilíngue para crianças surdas a partir de uma aposta: olharmos para a surdez enquanto experiência e para a infância como potência. A educação bilíngue ocupa lugar de destaque no debate de como lidar com a diferença linguística e cultural dos surdos, servindo como bandeira de luta da comunidade surda brasileira e merecendo, portanto, nossa especial atenção. Esta pesquisa trata-se de um estudo de caso em um Centro Municipal de Educação Infantil, no município de Vitória, no Estado do Espírito Santo, sendo esta escola referência em educação bilíngue para surdos no projeto maior do município. Assim, modificamos a linguagem da educação e, consequentemente, a educação bilíngue como um desejo de realidade para crianças surdas na educação infantil. Destacamos que a política bilíngue representa mais do que a utilização de uma língua, ela deve possibilitar aos estudantes surdos espaços educacionais que os levem a provocar o pensamento, estimulando suas capacidades. Deve considerar uma política educacional que respeite a singularidade linguística, revelada mediante a coletividade, a partir de outras pessoas com surdez. Ou seja, é necessário proporcionar espaços que contribua para que as crianças surdas tenham contato com seus pares linguísticos.  

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Publicado

2020-09-23

Como Citar

VIEIRA-MACHADO, Lucyenne Matos da Costa; TEIXEIRA, Keila Cardoso. A Educação bilíngue para crianças surdas: surdez como experiência e infância como potência. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 9, n. 27, p. 59–68, 2020. DOI: 10.30612/eduf.v9i27.12624. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/educacao/article/view/12624. Acesso em: 25 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê “Formação de Professores para a Infância: História, Políticas, Diversidade e Cultura”