Cotidiano e materialidade da escola primária oitocentista: ruídos entre público e privado
DOI:
https://doi.org/10.30612/eduf.v8i24.10258Palavras-chave:
Escola. Instrução primária. Casa.Resumo
Eis aqui a reunião de um conjunto de fatos “miúdos” cujas marcas são pinçadas no curso do século XIX, com vistas a pensar a implementação da escola primária. Embora a ênfase seja sobre a escola de Goiás, de vez em quando, como forma de alicerçar o entendimento, chamar-se-á evidências da escola primária da de São Paulo ou outras pistas, de escala nacional, num movimento que, nos seus limites, cuida da relação entre singularidade e totalidade. Face a este conjunto, o esforço de identificar o que está nas ordens da repetição e do acontecimento. Este último, o acontecimento, segundo Braudel (1995) se acredita “único” e se associa à instantaneidade. Enquanto certos atos ou fatos se repetem e, em acontecendo, tornam-se generalidade ou estrutura. Inscritos no “rés do chão”, na “zona opaca” - o cotidiano - a repetição de fatos miúdos guarda em si, a “força da inércia” e se revela na capacidade de invadir diferentes níveis da sociedade, portanto, uma “obreira da história” que não se pode menosprezar. Em síntese, é esta a senha de acesso ao movimento de instituição da especificidade do espaço físico da escola primária no curso do século XIX.Downloads
Referências
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