O corpo da mulher como acumulação de sabedoria e resistência no poema “Virgem ”, de Luiza Romão
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v12i31.8304Palavras-chave:
Poesia contemporânea. Autoria feminina. Estudos de gênero. Corpo e resistência. Luiza Romão.Resumo
A obra poética de Luiza Romão desvela a figura feminina sob a ótica da desconstrução da representação clássica, permeada de mitos e tabus que através dos séculos foram utilizados para educar e controlar opressivamente os corpos das mulheres. Sabendo que a disciplinarização do corpo feminino obedece a um estereótipo que serve a grupos que controlam e detém posições privilegiadas nas relações de poder, propomos não rechaçar o corpo, mas partir dele para desconstruir e dessacralizar sua representação, que atualmente está alinhada às instituições patriarcais vigentes. Neste sentido, este artigo tem como objetivo realizar um estudo acurado do poema “Virgem”, do livro Coquetel Motolove (2014), a fim de verificar como as ferramentas poéticas e literárias possibilitam a desconstrução da representação feminina tradicional e de que maneira o corpo feminino é visto como um lugar de acumulação de sabedoria e resistência. As análises serão efetuadas a partir das chaves interpretativas dos estudos feministas e de gênero. Para tal, serão utilizados os arcabouços teóricos de Avtar Brah (2006), Elaine Showalter (1993; 2004), Elizabeth Grosz (2000), Michelle Perrot (2003), Pierre Bourdieu (2002), Rebecca Solnit (2017) e Silvia Federici (2017), entre outros.Downloads
Referências
AHMED, Sara. Feminist Futures. In: EAGLETON, Mary. A Concise Companion to Feminist Theory. London: Blackwell, 2003. p. 236-254.
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. Tradução Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Tradução Maria Helena Kühner. 2 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu. Campinas, n. 26, p. 329-376, jan-jun 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332006000100014&lng=en&nrm=iso&tlng=pt . Acesso em: 05 jun. 2017.
D’ALVA, Roberta. Teatro hip-hop: a performance poética do ator-MC. São Paulo: Perspectiva, 2014.
ÉSQUILO. Oréstia: Agamêmnon, Coéforas, Eumênides. Rio de Janeiro: ZAHAR, 2010.
EURÍPEDES. Medeia. São Paulo: Editora 34, 2010.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Tradução Coletivo Sycorax. São Paulo: Elefante, 2017.
GROSZ, Elizabeth. Corpos Reconfigurados. Cadernos Pagu, Campinas, n. 14, p. 45-86, jan-jun 2000. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8635340 Acesso em: 31 ago. 2017.
LOURO, Guacira Lopes. Pedagogias da Sexualidade. In: ______, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: Pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010, p. 7-34.
NOVAES, Joana Vilhena. Beleza e feiura: corpo feminino e regulação social. In: PRIORE, MARY DEL; AMANTINO, Márcia (orgs.) História do corpo no Brasil. São Paulo: Editora Unesp, 2011, pp. 477-506.
PERROT, Michelle. Os silêncios do corpo da mulher. Tradução Luiz Antônio Oliveira de Araújo. In: MATOS, Maria Izilda Santos de, SOIHET, Rachel (orgs). O corpo feminino em debate. São Paulo: Editora da Unesp, 2003. pp. 13-28.
ROMAO, Luiza. Coquetel Motolove. São Paulo: Selo Burro, 2014.
SOLNIT, Rebecca. A mãe de todas as perguntas: reflexões sobre os novos feminismos. Tradução Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das letras, 2017.
SHOWALTER, Elaine. Anarquia sexual: sexo e cultura do fin de siècle. Tradução Waldéa Barcellos. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.
SHOWALTER. Elaine. Histéricas: a histeria e a mídia moderna. Tradução Heliete Vaitsman. Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
TIBURI, Márcia. Aborto como metáfora. In: RODRIGUES, Carla; BORGES, Luciana; RAMOS, Tânia Regina Oliveira (Orgs.). Problemas de gênero. Rio de Janeiro: Funarte, 2016, pp. 135-147
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.