Ler o texto, fitar a imagem
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v11i28.6328Palavras-chave:
Autoficção. Recepção. Fotografia. Dispositivo.Resumo
A partir da perspectiva do leitor, será analisado o uso de fotografias no romance Divórcio, de Ricardo Lísias. Parte-se da premissa de que imagens técnicas, ao serem impressas num livro classificado como romance, ou seja, num dispositivo literário, operam uma transgressão, no sentido iseriano (ano), trazendo à tona a tríade real-fictício-imaginário. Esta cristalização do fazer ficcional parte do caráter autoficcional do romance e chega nas fotografias, lidas inicialmente como documentos históricos, consequência de uma orientação cognitivo-antropológica da recepção. As fotografias comparecem, assim, como elementos ambíguos, que chamam atenção não só para sua imagem como também para seu meio, isto é, a fotografia enquanto dispositivo, e tudo o que ela representa contemporaneamente, ou seja, fora de um romance. Uma reflexão que retornará para a literatura tida também enquanto mídia/dispositivo fecha o ciclo do projeto artístico intermedial que é o romance Divórcio.Downloads
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