Antonio Olinto: pele branca, alma da África
DOI:
https://doi.org/10.30612/raido.v15i37.14545Palavras-chave:
Antonio Olinto, trilogia Alma da África, estigma da branquitude, diáspora africana, matriarcado.Resumo
Célebre homem das artes, do jornalismo e da crítica, o mineiro Antonio Olinto dedicou grande parte de sua vida à cultura afro-brasileira. Imortal da Academia Brasileira de Letras, Olinto também ficou conhecido como Obá Erê e Ojuobá da Bahia. No romance, sua obra mais célebre foi a trilogia Alma da África, que recupera as aventuras de uma família agudá após a Abolição da Escravatura. A Casa da Água (OLINTO, 2007a) reconstrói a trajetória de uma família chefiada por mulheres, em seu retorno para a África irubá, com sua protagonista, Mariana. O Rei de Keto (2007b) mostra quatro dias da vida de uma mulher dos mercados iorubás, Abionan, que deseja ser mãe de um novo rei para Keto. Trono de Vidro (2007c) representa o percurso eleitoral da jovem Mariana Ilufemi, herdeira do legado neo-sebastianista de seu pai. Buscamos analisar as nuances da mimese olintiana, em sua trilogia sobre a diáspora africana, em seus aspectos de reterritorialização, retradicionalização e redemocratização na África subsaariana. Ao mesmo tempo, o presente artigo discute a forma como a branquitude do autor, o mineiro Antonio Olinto, tornou-se um obstáculo para a repercussão de sua carreira e, notadamente de sua trilogia Alma da África (2007a, 2007b e 2007c).
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