A saga das "vidas nuas" em O mundo à solta, de Felipe Fortuna: um estado de exceção permanente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/raido.v13i32.9525

Palavras-chave:

Vidas nuas. Estado de exceção. Felipe Fortuna. O mundo à solta.

Resumo

O propósito deste trabalho é empreender a análise de alguns poemas de O mundo à solta, de Felipe Fortuna, evidenciando refl exões sociais neles implicadas, por meio da saga das “vidas nuas” (AGAMBEM, 2010), aquelas que vivem em estado de exceção permanente. Uma situação de indivíduos em constante status de exclusão, que sobrevivem na fronteira entre o humano e o não-humano, e têm as suas existências suspensas de direitos fundamentais. Assim, a abordagem de três poemas – “A fome fica”, “Morrer na rua” e “Os meus respeitos” – evidenciará a realidade de muitos oprimidos, de cidadãos que vivem em constante abandono, à margem do socius. Para tanto, os ensinamentos do fi lósofo italiano Giorgio Agamben (2010), sobre o homo sacer, o poder soberano e a vida nua, serão entrelaçados aos versos do poeta carioca para fundamentação teórica do texto.

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Biografia do Autor

Luzimara de Souza Cordeiro, Instituto Federal do Espírito Santo (IFES)

Mestra em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo. Atuou como professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Atualmente é servidora pública federal, atuando como coordenadora dos cursos de pós-graduação do Ifes.

Elizabete Gerlânia Caron Sandrini, Instituto Federal do Espírito Santo (IFES)

Doutora e mestra em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Atualmente, Diretora de Ensino do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes/Campus Colatina)

Referências

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Publicado

26.11.2019

Como Citar

Cordeiro, L. de S., & Sandrini, E. G. C. (2019). A saga das "vidas nuas" em O mundo à solta, de Felipe Fortuna: um estado de exceção permanente. Raído, 13(32), 171–184. https://doi.org/10.30612/raido.v13i32.9525

Edição

Seção

Literatura e estado de exceção