Quando fala a voz sufocada: uma reflexão sobre oralidade e memória no cárcere
Palavras-chave:
Mulher. Memorialística. Prisão.Resumo
Neste artigo, pretendemos analisar, à luz dos Estudos Culturais, o testemunho oral apresentado pela narradora Flora, uma mulher que está, temporariamente, privada de sua liberdade, cumprindo pena em uma penitenciária feminina. Para colher esse depoimento, dentro do espaço prisional, escolhemos o método proposto pela história oral; por meio dela, também aquele que está à margem, pode ter a sua história ouvida, reconhecida e documentada. A partir desta análise, propomos uma reflexão sobre a oralidade, como um espaço pertinente para que as diversas experiências vividas possam ser trazidas à luz. Ao revisitar a sua história, a narradora encontra em suas memórias um passado que mescla alegria, angústia e lágrimas. Revela o estigma por ser mulher, pobre e encarcerada, o repúdio à violência física e psicológica, a dor da perda, a recusa ao esquecimento. Ao revelar suas memórias, empoderada do falar, Flora torna-se a porta-voz de sua própria trajetória, e constrói uma identidade possível para si. Para esta análise, teremos como referências teóricas estudos sobre memória individual e coletiva, oralidade e literatura oral, as identidades culturais em tempos de pós-modernidade, e reflexões sobre o papel da mulher no decorrer do tempo.Downloads
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