Quando fala a voz sufocada: uma reflexão sobre oralidade e memória no cárcere

Autores

  • Maria Aparecida de Barros UFGD
  • Alexandra Santos Pinheiro UFGD

Palavras-chave:

Mulher. Memorialística. Prisão.

Resumo

Neste artigo, pretendemos analisar, à luz dos Estudos Culturais, o testemunho oral apresentado pela narradora Flora, uma mulher que está, temporariamente, privada de sua liberdade, cumprindo pena em uma penitenciária feminina. Para colher esse depoimento, dentro do espaço prisional, escolhemos o método proposto pela história oral; por meio dela, também aquele que está à margem, pode ter a sua história ouvida, reconhecida e documentada. A partir desta análise, propomos uma reflexão sobre a oralidade, como um espaço pertinente para que as diversas experiências vividas possam ser trazidas à luz. Ao revisitar a sua história, a narradora encontra em suas memórias um passado que mescla alegria, angústia e lágrimas. Revela o estigma por ser mulher, pobre e encarcerada, o repúdio à violência física e psicológica, a dor da perda, a recusa ao esquecimento. Ao revelar suas memórias, empoderada do falar, Flora torna-se a porta-voz de sua própria trajetória, e constrói uma identidade possível para si. Para esta análise, teremos como referências teóricas estudos sobre memória individual e coletiva, oralidade e literatura oral, as identidades culturais em tempos de pós-modernidade, e reflexões sobre o papel da mulher no decorrer do tempo.

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Publicado

20.05.2016

Como Citar

Barros, M. A. de, & Pinheiro, A. S. (2016). Quando fala a voz sufocada: uma reflexão sobre oralidade e memória no cárcere. Raído, 10(21), 118–129. Recuperado de https://ojs.ufgd.edu.br/Raido/article/view/5214

Edição

Seção

Dossiê Interculturalidade e escrita feminina latino-americana