Interlocuções da educação de jovens e adultos pela biopolítica em Foucault
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v7i10.10306Palavras-chave:
Educação de jovens e adultos. Dispositivo. Biopolítica.Resumo
Este artigo apresenta reflexões e interfaces conceituais para pensar a educação de jovens e adultos enquanto estratégia de escolarização configurada e historicamente legitimada no jogo de suas práticas efetivas e discursos, como via de controle e correção individual e social de sujeitos em descompassos no que tange a processos e níveis de escolaridade. As considerações engendram subsídios teóricos que compõem a pesquisa intitulada “efeitos da educação de jovens e adultos: discursos e práticas como jogos de verdade”, cuja extensão dos objetivos visa identificar implicações da educação de jovens e adultos na perspectiva de egressos desta modalidade, de uma escola da rede estadual de ensino de Mato Grosso do Sul (REE/MS), localizada no município de Campo Grande/MS; estudo vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (PPGEDU/FAED/UFMS). Utilizando da genealogia como eixo dos referenciais foucaultianos atinentes às redes intricadas de saberes, poderes, oposições e lutas, e com base nas formulações analíticas circunscritas à biopolítica enquanto estatização e organização da vida, correlacionamos como dinâmicas intrínsecas à educação de jovens e adultos, técnicas de regulamentação dispostas em (des)contínuas abrangências que por sua vez, caracterizam e esquadrinham os sujeitos em suas disposições, comportamentos e condições de existência, como alvos imediatos destas práticas e discursos, em face da escolarização de jovens e adultos e suas prerrogativas. À guisa conclusões, vislumbramos esta modalidade de ensino como dispositivo que em seus interesses e propósitos institucionais, forjam relações que instituem e aprimoram mecanismos de regulamentações de toda ordem e em todos os âmbitos da vida dos sujeitos que a ela recorrem por diferentes fatores, urgências e demandas, sendo continuamente examinados, classificados e constitutivos de descompassos que ultrapassam processos de escolarização ou ausência de certos níveis de escolaridade – espaços e tempos que corroboram desigualdades sociais.
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