Tomando posse da história: o legado de resistência da cacique Kawany Lourdes Tupinambá

Authors

  • Cacique Kawany Lourdes Tupinambá MInA
  • Daniella Santos Alves PPGAS/UfSCar
  • Gabriela Gonçalves Junqueira PPGAS/UFG

DOI:

https://doi.org/10.30612/nty.v6i9.9527

Keywords:

História indígena. Antropologia por demanda. Memória.

Abstract

O presente artigo é resultado de uma experiência etnográfica e reflexões a partir das discussões pós-coloniais e decoloniais. Tendo como base esse diálogo, construímos tal produção textual em conjunto com cacique Kawany Lourdes Tupinamba, liderança do movimento dos indígenas não aldeados do triângulo mineiro e Alto Paranaíba - Mina, situado na cidade de Uberlândia – MG. A partir dessa parceria foi pensada a estrutura do artigo. Optamos por revisitar a história do contato, o processo de marginalização e emudecimento do protagonismo indígena, a partir da história de vida, memória e o legado de resistência da cacique tupinambá. Nosso objetivo foi, portanto, o de criar espaços institucionais para que as vozes subalternas sejam ouvidas de forma efetiva. Além disso, o intuito de registrar outras vozes, divulgar outras histórias, publicizar os anseios e desejos dos indígenas integrantes do movimento por intermédio da biografia da cacique Kawany Lourdes Tupinambá caminha em direção das recentes discussões de uma antropologia por demanda.

Downloads

Download data is not yet available.

References

ADICHIE, Chimamanda. 2010. O Perigo da História Única. Palestra conferida no Tecnology, Entertainment and Design (TED).

AMANTINO, Márcia. 2001. O mundo das feras: Os moradores do Sertão Oeste de Minas Gerais – século XVIII. 2001. 426 f. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

ARRUTI, José Maurício Andion Paiva. 1997. A emergência dos ‘remanescentes’: notas para o diálogo entre indígenas e quilombolas. Mana [online], Rio de Janeiro, v.3, n.2, p. 7-38, Oct.

ARRUTI, José Maurício Andion Paiva. 2001.Agenciamentos Políticos da “Mistura”: Identificação Étnica e Segmentação Negro-Indígena entre os Pankararú e os Xocó. In. Estudos Afro-Asiáticos, Ano 23, nº 2, p. 215-254.

ARRUTI, José Maurício Andion Paiva. 2006. Etnogêneses indígenas. In: BETO; FANY. Povos Indígenas no Brasil: 2001-2005. São Paulo: Instituto Socioambiental.

ARRUTI, José Maurício Andion Paiva. 2006. Mocambo: Antropologia e História no processo de formação quilombola. São Paulo: EDUSC.

BENJAMIN, W. 1985. As Teses sobre o Conceito de História. In: Obras Escolhidas, Vol. 1, p. 222-232. São Paulo, Brasiliense.

BUTLER, Judith. 2003. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução Renato Aguiar. Rio de janeiro: Civilização Brasileira.

CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. Aculturação e “fricção interétnica”. América Latina, v. 6, n. 3, p. 33-46, 1963.

CORRÊA, Carlos Humberto P. 1996. História Oral: considerações sobre suas raízes e objetivos. In. (Re)introduzindo história oral no Brasil. São Paulo: Xamã.

CUNHA, Manuela Carneiro da. 2014. Etnicidade: da cultura residual mas irredutível. In: Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosaic & Naif, (p. 235 – 244).

FANON, Frantz. (1952) 2008. Pele Negra, Máscaras Brancas. Salvador: EDUFBA.

FILHO, Aurelino José Ferreira; PEDROSO, Leonardo Batista. 2010. Famílias Indígenas Não Aldeadas Urbanas no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Em extensão, Uberlândia, v.9, n.2, p. 36-41, jul./dez.

FREITAS, Sônia Maria. 2002. História Oral: Procedimentos e possibilidades. São Paulo: Humanitas USP.

GALVÃO, Eduardo. (1957) 1979. Estudos sobre aculturação dos povos indígenas no Brasil. Revista de Antropologia. v.5, n. 1. (8p) (on-line).

GODOI, Emilia Pietrafesa. 1999. O trabalho da memória: cotidiano e trabalho no sertão do Piauí. Campinas: Unicamp.

INGOLD, Tim. 2012. Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizonte antropológico, vol.18, n.37, pp.25-44.

LUTZ, Catherine. 1995. The gender of theory. Women Writing Culture. Ed. Ruth Behar and Deborah Gordon. Berkeley: University of California Press, 249-66.

MONTEIRO, John. 2001. Tupis, Tapuias e os Historiadores: estudos de história indígena e do indigenismo. Tese de Livre Docência. IFCH – Unicamp.

OLIVEIRA FILHO, Joao Pacheco. 1998. Uma Etnologia dos ‘Índios Misturados’? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais, Mana, vol.4, n.1, pp. 47-77.

QUIJANO, Aníbal. 2005. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires, Colección Sur Sur, pp.118-142.

RIBEIRO, Darcy. 1970. Os Índios e a Civilização. São Paulo: Círculo do Livro, s.d., 1ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

SEGATO, Rita Laura. 2012. Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial. Epistemologias feministas: ao encontro da crítica radical.

SENA, Custódia Selma. 2011 Uma narrativa mítica do sertão. In: Sena, C. S.; Suárez, M. Sentidos do Sertão. Goiânia: Cânone Editorial.

SILVA, Vagner Gonçalves et. al. 1994. Antropologia e Seus Espelhos – A etnografia vista pelos observados. São Paulo: USP.

SPIVAK, Gaiatry. 2010. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora da UFMG.

STRATHERN, Marilyn. 2014. Fora de Contexto: as ficções persuasivas da Antropologia. In: O efeito etnográfico e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify.

Published

2018-12-11

How to Cite

Tupinambá, C. K. L., Alves, D. S., & Junqueira, G. G. (2018). Tomando posse da história: o legado de resistência da cacique Kawany Lourdes Tupinambá. Revista Ñanduty, 6(9), 189–209. https://doi.org/10.30612/nty.v6i9.9527