O clamor da diferença letal: educar em estado de exceção
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v6i8.8814Keywords:
Gênero. Estado de exceção. Universidade pública.Abstract
O presente ensaio consiste em um testemunho analítico sobre os acontecimentos da política brasileira e fluminense pós-golpe. Em um movimento de reflexividade-ética, examino a repercussão direta da atual razão de estado na prática cotidiana de uma universidade pública. O tom da narrativa consiste ainda de um clamor face à letalização cotidiana da diferença e seu impacto na agenda de pesquisa. Para isso, em modo autobiográfico, apresento algo dos desafios éticos, estéticos e políticos vivenciados na atual conjuntura. Aliando-me teórico-metodologicamente às cartografias discursivo-desconstrucionistas presentes nos estudos trans/feministas e queer, notadamente as apostas pós-críticas dos estudos de gênero e sexualidade em interseccionalidades na educação, localizo meus (des)caminhos para pensar a mim mesmo face ao enquadramento normativo de nossas lutas atuais, tomando as ferramentas do ideal democrático (e sua ampla possibilidade de ampliar seus próprios sentidos) como plataforma de produção da experiência do conhecimento.Downloads
References
BUTLER, Judith. 2005. Humain, inhumain. Le travail critique des normes. Entretiens. Paris: Éditions Amsterdam.
CASTEL, Robert. 1997. “A dinâmica dos processos de marginalização: da vulnerabilidade à desfiliação”. Caderno CRH, Salvador, n. 26/27, , jan./dez, p. 19-40.
DUMARESQ, Leila. 2016. O cisgênero existe. Disponível em: http://transliteracao.com.br/leiladumaresq/2014/12/o-cisgenero-existe/ Acessado em 20 de junho de 2016.
EVARISTO, Conceição. 2018. Conceição Evaristo: ‘minha escrita é contaminada pela condição de mulher negra’. Entrevista concedida a Juliana Domingos de Lima, 26 Mai 2017. Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2017/05/26/Concei%C3%A7%C3%A3o-Evaristo-%E2%80%98minha-escrita-%C3%A9-contaminada-pela-condi%C3%A7%C3%A3o-de-mulher-negra%E2%80%99 Acessado em 26 de março de 2018.
FOUCAULT, Michel. 2009. Le corps utopique. Les hétérotopies. [1966], [1967]. Paris: Nouvelles éditions lignes.
__________________. 2001. L´éthique du souci de soi comme pratique de la liberté. [1984]. In: FOUCAULT, Michel. Dits et écrits II, 1976-1988. Paris: Gallimard.
_________________. 1995. “Sobre a genealogia da ética: uma revisão do trabalho”. In: DREYFUS, Hubert e RABINOW, Paul. Michel Foucault: uma trajetória filosófica. Rio de Janeiro: Forense Universitária.
_________________. 2012. História da Sexualidade II. Uso dos prazeres. [1984] Rio de Janeiro: Graal.
hooks, bell. 2013. Ensinando a transgredir. A educação como prática da liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
LOURO, Guacira Lopes. 2004. Um corpo estranho. Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica.
MBEMBE, Achille. 2016. “Necropolítica”. Arte & Ensaios - Revista do PPGAV/EBA/UFRJ, n. 32, dezembro, pp. 122-151.
MOUFFE, Chantal. 2003. Democracia, cidadania e a questão do pluralismo. Política e Sociedade, N• 03 – outubro,pp 11-26.
MEYER, Dagmar Estermann. 2012. “Abordagens pós-estruturalistas de pesquisa na interface educação, saúde e gênero: perspectiva metodológica”. In: MEYER, Dagmar Estermann; PARAÍSO, Marlucy (orgs.). Metodologias de Pesquisas Pós-Críticas em Educação. Belo Horizonte: Mazza Editores, p. 47-61.
HALL, Stuart. 2000. “Quem precisa de identidade?” In: SILVA, Tomaz Tadeu. Identidade e diferença. A perspectiva dos Estudos Cultuais. Rio de Janeiro: Vozes.
ROLNIK, Suely 2007. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. Porto Alegre: Sulina, Editora da UFRGS.
SILVA, Tomaz Tadeu. 2000. “A produção social da identidade e da diferença”. In: SILVA, Tomaz Tadeu (org.). Identidade e diferença. A perspectiva dos Estudos Cultuais. Rio de Janeiro: Vozes.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).