Gramsci e as Relações Internacionais: para superar a reificação do Estado e a anarcofilia.
Keywords:
Teoria das Relações Internacionais. Estado-Nação. Identidade Nacional.Abstract
Na formação do campo das relações internacionais, as teorias ortodoxas realistas e liberais, baseados na ideia de Estado de Natureza, consagraram a anarquia como princípio ordenador (ou desordenador) do Sistema Internacional. Consequentemente, os Estados são caracterizados como os sujeitos, nem sempre únicos, desse Estado de Natureza anárquico que é o Sistema Internacional. Contudo, a ideia de Estado de Natureza que consagra a anarquia e a reificação do Estado é um pressuposto filosófico abstrato e especulativo, que não pode ser verificado na realidade. Por outro lado, outras teorias do campo heterodoxo das Relações Internacionais partem de outros pressupostos, ainda que a ideia de anarquia e de reificação do Estado imperem no campo. Neste artigo, pretendemos mostrar como uma abordagem teórica gramsciana pode ser associada aos conceitos de Pierre Bourdieu e aos elementos materiais e narrativos da construção da identidade nacional para contrapor a ideia de anarquia e de reificação do Estado.Downloads
References
ANDERSON, Benedict. 1983. Imagined Communities: Reflections on the origin and Spread of Nationalism: New York: Verso.
ARRIGHI, Giovanni e SILVER, Berverly J. 2001. Caos e Governabilidade no moderno Sistema Mundial: Editora UFRJ; Contraponto: Rio de Janeiro.
ARRIGHI, Giovanni. 1996. O Longo Século XX: Rio de Janeiro: Contraponto.
BOURDIEU, Pierre. 1990. Coisas Ditas: São Paulo, Brasiliense.
BOURDIEU, Pierre. 1983. Sociologia: São Paulo, Ática.
BOURDIEU, Pierre. 1996. Razões Práticas: São Paulo: Papyrus.
BOURDIEU, Pierre. 2004. Os Usos e abusos da ciências: Por uma sociologia clinica do campo cientifico: São Paulo: Unesp.
CALHOUN, Craig. 2007. Nacionalismo: Buenos Aires: Libros del Zorzal.
COX, Robert W. 2001. The Political Economy of a Plural World: critical reflections on power, morals and civilization: Londres: Routledge.
FAIRCLOUGH, Norman. 2001. Discurso e Mudança Social: Brasília: Editora Universidade de Brasília.
GRAMSCI, Antonio. 2002. Cadernos do Cárcere. Vol3: Maquiavel: Notas sobre o Estado e a política: Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
GRAMSCI, Antonio. 1982. Os intelectuais e a organização da cultura: Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
GRAMSCI, Antonio. 1987. Concepção dialética da história: Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
GILL, Stephen (org). 2007. Gramsci, materialismo histórico e relações internacionais: Rio de Janeiro: Editora UFRJ.
HOBSBAWM, Eric & RANGER, Terence (org). 1997. A invenção das tradições: Rio de Janeiro: Paz e Terra.
KEOHANE, R. O., MARTIN, L. L. 1995. The Promise of Institutionalist Theory: International Security, v. 20, n. 1, p. 39-51.
MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. 2004. A ideologia Alemã: São Paulo: Martin Claret.
MEARSHEIMER, J. J. 1994. The False Promise of International Institutions: International Security, v. 19, n. 3, p. 5-49.
MORGENTHAU, Hans J. 2002. A política entre as nações: Brasília: IPRI.
MURPHY, Craig N. 1994. International Organization and Industrial change: Global governance since 1850: Polity Press: Cambridge.
NYE, Joseph & KEOHANE, Robert. 1997. Power and Interdependence: World Politics in Transition: Brown.
SMITH, A. D. 1999. Myths and memories of the nation: New York: Oxford University Press.
VIGEVANI, et al. 2010. A Contribuição marxista para o estudo das Relações Internacionais: IN: 7º Encontro Brasileiro de Ciência Política. Recife.
WALTZ, K. 2000. Structural Realism after the Cold War: International Security. v. 25, n.1, p.5-41.
WALTZ, K. 1979. Theory of international politics: New York: Newbery Award Records.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
- Os autores e autoras mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil. que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores e autoras têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores e autoras têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado, porém invariavelmente com o reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.