Participação da sociedade civil nas reformas educacionais dos anos de 1990 na América Latina
DOI:
https://doi.org/10.30612/rehr.v21i40.18194Palavras-chave:
Sociedade civil, Reforma educacional, América LatinaResumo
O estudo objetiva demonstrar como o conceito de participação foi apropriada para a realização dos objetivos neoliberais, no contexto das reformas educacionais ocorridas no Chile e na Argentina, nos anos de 1990. Ambos os países enfrentaram graves crises econômicas, buscando ajuda do FMI e do Banco Mundial, o que resultou em condições para implementar reformas estruturais, especialmente na educação. Durante as ditaduras militares, as bases dessas reformas foram lançadas, mas foi nos anos 90 que elas se consolidaram. Essas reformas refletem uma tendência neoliberal na América Latina, onde a sociedade civil teve seu papel despolitizado e a participação foi frequentemente instrumentalizada para legitimar agendas políticas e econômicas. Isso resultou em uma participação simbólica, desprovida de real influência na formulação de políticas educacionais, enquanto o empresariado ganhava cada vez mais influência sobre a educação, enquanto o poder de decisão foi transferido para grandes organizações e instituições. Assim, a imagem de uma sociedade civil ativa e participativa se dissolveu em uma participação simbólica, marcando uma mudança paradigmática nas novas democracias sob influência do neoliberalismo.
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