Tradições de conhecimento

Notas sobre os fundamentos da comunicação humana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/eduf.v12i00.9701

Palavras-chave:

Senso comum, Tradição, Comunicação humana

Resumo

Este ensaio parte de estudos que investigaram modos de vida e pensamentos comuns produzidos por habitantes de comunidades de áreas rurais. Para a reflexão proposta problematiza-se os critérios de categorização das populações rurais enquanto populações tradicionais, objetivando discutir a noção de conhecimento tradicional e sua associação à semelhante noção de população tradicional. Metodologicamente utilizou-se referenciais teóricos a fim de conformar uma noção de conhecimento social que tenha por base a experiência humana enquanto meio expressivo de comunicação. Conclui-se pela dificuldade de conceituar o objeto de investigação “conhecimento tradicional” associado a grupos sociais específicos que seriam seus produtores, as denominadas populações tradicionais. E aponta-se para uma inflexão na noção de tradição voltada à ideia de produção contemporânea de significados por meio de uso de símbolos, isto, como sistema fundamental de compreensão da vida para seus usuários.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Evanildo Moraes Estumano, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém – PA – Brasil

Professor do Instituto de Ciências da Educação. Doutorado em Ciências Sociais (UFPA).

 

José Bittencourt da Silva, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém – PA – Brasil

Professor do Núcleo de Estudos Transdisciplinares em Educação Básica da Universidade Federal do Pará (UFPA). Doutor em Ciências Ambientais (NAEA). 

Lourdes de Fátima Gonçalves Furtado, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém – PA – Brasil

Pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG-MCTIC). Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Pará. Doutora em Ciências Sociais (Antropologia Social) (USP). 

Referências

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BATALHA, Luís. Emics/Etics revisitado: “nativo” e “antropólogo” lutam pela última palavra. Etnográfica. v. 2, n. 2, p. 319-343, 1998.

BEKOFF, Marc; ALLEN, Colin; BURGHARDT, Gordon M. (Ed.). The cognitive animal: empirical and theoretical perspective on animal cognition. Cambridge, Massachusetts; London: The MIT Press, 2002.

BOAS, Franz. Antropologia cultural. Tradução e Organização: Celso de Castro. 6. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010.

BOURDIEU, Pierre. O senso prático. Tradução: Maria Ferreira. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

BURKE, Peter. Uma história social do conhecimento I: de Gutenberg a Diderot. Tradução: Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

CASSIRER, Ernst. A filosofia das formas simbólicas: terceira parte: fenomenologia do conhecimento. Revisão técnica: Eurides Avance de Souza. Tradução: Flávio Brenno Wiebeneichler; Eurides Avance de Souza. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

CASTRO, Celso (Org.). Evolucionismo cultural: Textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

DIEGUES, Carlos Antônio. O mito moderno da natureza intocada. 6. ed. ampl. São Paulo: HUCITEC: Nupaub-USP/CEC, 2008.

DILTHEY, Wilhelm. Introduccion a las ciencias del espiritu. En la que se trata de fundamentar el estudio de la sociedad y de la historia. 2. ed. rev. México; Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 1949.

DOUGLAS, Mary. Pureza e perigo. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2012.

DUMONT, Louis. O individualismo: Uma perspectiva antropológica da ideologia moderna. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

DURKHEIM, Émile; MAUSS, Marcel. Algumas formas primitivas de classificação — contribuição para o estudo das representações coletivas. In: MAUSS, Marcel. Ensaios de sociologia. 2. ed. 1. reimp. São Paulo: Perspectiva, 2001. p. 399-455.

FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. Tradução: Luiz Felipe B. Neves. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

GEERTZ, Cliford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

KUPER, Adam. The invention of primitive society: Transformation of an illusion. New York: Routledge, 1988.

LANGER, Susanne K. Philosophy in a new key: A study in the symbolism of reason, rite, and art. 3. ed. New York: The New American Library of World Literature, Inc, 1951.

MARTINS, José de Souza. A sociabilidade do homem simples: Cotidiano e história na modernidade anômala. 2. ed. rev. ampl. São Paulo: Contexto, 2010.

MATURANA, Humberto. Cognição, ciência e vida cotidiana. Tradução: Cristina Magro; Victor Paredes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001.

MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

NETTO, José Paulo; CARVALHO, Maria do Carmo Brant de. Cotidiano, conhecimento e crítica. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

OLIVEN, Ruben George. Brasil, uma modernidade tropical. Etnográfica. v. 3, n. 2, p. 409-427, 1999.

PEIRANO, Mariza. Uma antropologia no plural. Três experiências contemporâneas. Brasília, DF: Editora UnB, 1992.

PIRES, Álvaro. Sobre algumas questões epistemológicas de uma metodologia geral para as ciências sociais. In: POUPART, Jean. et al. A pesquisa qualitativa: Enfoques epistemológicos e metodológicos. 3. ed. Tradução: Ana Cristina Nasser. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. p.43-94.

RAPPORT, Nigel; OVERING, Joanna. Social and cultural Anthropology. The key concepts. London: Taylor and Francis e-Library, 2003.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. 2. ed. São Paulo: Companhia da Letras, 1995.

SAHLINS, Marshall. Como pensam os nativos: Sobre o Capitão Cook, por exemplo. Tradução: Sandra Vasconcelos. São Paulo: EDUSP, 2001.

SIMMEL, Georg. As grandes cidades e a vida do espírito. Mana, ano 11, n. 2, p. 577-591, 2005.

SPENCER, Jonathan. Against the motion (2). 1989 debate. The concept of society is theoretically obsolete. In: INGOLD, Tim (Ed.). Key Debates in Anthropology. London: Routledge, 1996. p. 76-82.

TAYLOR, Charles. Two theories of modernity. The International Scope! Review, v. 3, n. 5, p. 1-9, 2001.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A inconstância da alma selvagem. E outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

WAGNER, Roy. A Invenção da Cultura. São Paulo: Cosac & Naify, 2010.

WOLF, Eric. Inventando a sociedade. In: FELDMAN-BIANCO, Bela; RIBEIRO, Gustavo Lins. Antropologia e poder. Contribuições de Eric R. Wolf. Tradução: Pedro Maia Soares. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Editora Unicamp, 2003.p. 307-324.

Publicado

2022-03-10

Como Citar

ESTUMANO, Evanildo Moraes; BITTENCOURT DA SILVA, José; FURTADO, Lourdes de Fátima Gonçalves. Tradições de conhecimento: Notas sobre os fundamentos da comunicação humana. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. 00, p. e023007, 2022. DOI: 10.30612/eduf.v12i00.9701. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/educacao/article/view/9701. Acesso em: 25 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos Demanda Contínua