Processo de decisão pelo tipo de parto em primigestas atendidas na Maternidade Viva Vida de Juiz de Fora–Minas Gerais

Autores

  • Cinthia Carvalho Silva Gonzatto
  • Vera Lucia Alves Mariano Spadoni
  • Vívian Campos Damasceno
  • Leonardo Pandolfi Caliman
  • Nathália Cristina Mezzonato Machado
  • Guillermo Patricio Ortega Jácome
  • Nathália Barbosa do E. Santo Mendes

Palavras-chave:

Trabalho de parto, Saúde da mulher, Humanização

Resumo

Esse trabalho visa descrever o desfecho da via de parto nas primigestas internadas para parto na Maternidade Viva Vida de Juiz de Fora – MG, observando a frequência de parto vaginal, a aderência às medidas não farmacológicas para alívio da dor e as principais indicações de parto operatório. Para isso, foi feito um estudo retrospectivo, baseado em análise de prontuário das primigestas internadas na maternidade supracitada durante janeiro de 2013 a dezembro de 2014, obtendo um total de 811 primigestas. O perfil de primigesta que predominou foi a faixa etária dos 15 aos 24 anos (62,5%), com ocupação não remunerada (49,9%) e de ensino médio (56,1%). A maioria (80,7%) apresentou idade gestacional maior ou igual a 37 semanas e os pré-natais de alto risco corresponderam a 22,8%. O trabalho de parto espontâneo (61%) representou a maioria dos motivos de internação, seguido da indicação de indução (21,2%) e de parto operatório (17,8%). O desfecho da via de parto que predominou foi o parto vaginal (60%) e aderência às medidas não farmacológicas para alívio da dor ocorreu em 86,8% das primigestas que internaram por trabalho de parto espontâneo ou por indicação de indução. As principais indicações de parto operatório foram as distócias (37,8%) e os distúrbios hipertensivos (35%). O trabalho demonstrou que a maternidade campo de estudo tem se empenhando na redução das taxas de parto operatório em prol do bem estar materno-infantil. Acredita-se ainda que assistência humanizada recebida pelas primigestas possa ter influenciado no maior desfecho de partos vaginais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ACCETTA, S. G.; SALAZAR, C. C.; VETTORAZZI, J.; CAPP, E.; OPPERMANN, M. L. R.;PASSOS, E. P. Cesariana primária em nulíparas –fatores de risco em hospital público universitário. Revista do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, v. 33, n.3-4, p. 198-204, 2013.

BARACHO, S. M.; FIGUEIREDO, E. M.; SILVA, L. B.; CANGUSSU, I. C. A. G.; PINTO, D. N.; SOUZA, E. L. B. L.; FILHO, A. L. S.Influência da posição de parto vaginal nas variáveis obstétricas e neonatais de mulheres primíparas. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v.9, n.4, p. 409-414, 2009.

CAMPANA, H. C. R.; PELLOSO, S. M. Levantamento dos partos cesáreos realizados em um hospital universitário. Revista Eletrônica de Enfermagem, v.9, n.1, p. 51-63, 2007.

CUNNINGHAM, F. G.; LEVENO, K. J.; BLOOM, S. L.; HAUTH, J. C.; ROUSE, D. J.; SPONG, C.Y. Obstetrícia de Williams. 23ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.

DAVIM, R. M. B.; TORRES, G. V.; DANTAS, J. C.; MELO, E. S.; PAIVA, C. P.; VIERA, D.; COSTA, I. K. F. Banho de chuveiro como estratégia não farmacológica no alívio de dor de parturientes. Revista Eletrônica de Enfermagem,v.10, n.3, p. 600-9, 2008.

DAVIM, R. M. B.; TORRES, G. V.; DANTAS, J. C. Efetividade de estratégias não farmacológicas no alívio da dor de parturientes no trabalho de parto. Revista Escola de Enfermagem da USP,v.43, n.2, p. 438-45, 2009.

GALLO, R. B. S.; SANTANA, L. S.; MARCOLI, A. C.; FERREIRA, C. H. J.; DUARTE, G.; QUINTANA, S. M. Recursos não-farmacológicos no trabalho de parto: protocolo assistencial. Femina,v.39, n.1, p. 41-8, 2011.

GALLO, R. B. S.; SANTANA, L. S.; MARCOLIN, A. C.; QUINTANA, S. M. A bola suíça no alívio da dor de primigestas na fase ativa do trabalho de parto. Revista Dor. v.15, n.4, p. 253-5, 2014.

GAYESKI, M. E.; BRUGGEMANN, O. M. Métodos não farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto: uma revisão sistemática. Texto Contexto Enfermagem,v.19, n.4, p. 774-82, 2010.

GOMES, K. SOUSA A. M. M. S.; MAMEDE, F. V.; MAMEDE, M. V. Indução do trabalho de parto em primíparas com gestação de baixo risco. RevistaEletrônica de Enfermagem, v. 12, n.2, p. 360-6, 2010.

LAWRENCE, A.; LEWIS, L.; HOFMEYR, G. J.; DOWSWELL, T.; STYLES, C. Maternal positions and mibility during firts stage labour.Cochrane Library. v.2, p. 1-58, 2009.

MACEDO, P. O.; PROGIANTI, J. M.; VARGENS.;O. M. C.; SANTOS, V. L. C.; SILVA, C. A. Percepção da dor pela mulher no pré-parto: a influência do ambiente. Revista Enfermagem UERJ; v.13, p. 306-12, 2005.

MAMEDE, F. V.; ALMEIDA, A. M.; GOMES, F. A. N.; PANOBIANCO, M. S. O efeito da deambulação na duração da fase ativa do trabalho de parto. EscolaAnnaNery Revista de Enfermage,v.11, n.3, p. 466-71, 2007a.

MAMEDE, F.V.; ALMEIDA, A. M.; SOUZA, L.; MAMEDE, V. M. A dor durante o trabalho de parto: o efeito da deambulação. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v.15, n.6, p. 1-6, 2007b.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR).Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Manual técnico do pré-natal e puerpério atenção qualificada e humanizada. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2005.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR).Diretrizes de Atenção à Gestante: a operação Cesariana. Relatório de recomendação-Conitec. Brasília: Ministério da Saúde,2015.

NASSAR, A. H.; ADRA, A. M.; CHAKTOURA, N.; GÓMEZ-MARÍN, O.; BEYDOUN, S. Severe re eclampsia remote from term: labor induction or elective cesarean delivery? American Journal of Obstetrics & Gynecology, v.179, n.5, p. 1210-3, 1998.

NOMURA R. M. Y.; ALVES, E. A.; ZUGAIB, M. Complicações maternas associadas ao tipo de parto em hospital universitário. Revista Saúde Pública, v.38, n.1, p. 9-15, 2004.

OLIVEIRA, D.R.; CRUZ, M. K. P. Estudo das indicações de parto cesáreo em primigestas no município de Barbalha-Ceará. Revista Rene,v.11, n.3, p.114-121, 2010.

OLIVEIRA, L. L.; BONILHA, A. L. L.; TELES, J. M. Indicações e repercussões do uso da bola obstétrica para mulheres e enfermeiras. Ciência, Cuidado e Saúde, v.11, n.3, p. 573-580, 2012.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS).Maternidade segura. Assistência ao parto normal: um guia prático. Genebra (SUI), 1996.

OSAVA, R.H.; SILVA, F. M. B.; TUESTA, E. F.; OLIVEIRA, S. M. J. V.; AMARAL, M. C. E. Caracterização das cesarianas em centro de parto normal. Revista Saúde Pública,v.45, n.6, p. 1036-1043, 2011.

PAIM, A. D.; APOLINÁRIO, E. C.; ZAMPIERI, J. F.; KLUCK, M. M. Taxa de cesárea primária. Revista do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, v.28, n.3, p. 136-41, 2008.

SANCHES, N. C.; MAMEDE, F. V.; VIVANCOS, R. B. Z. Perfil das mulheres submetidas à cesariana e assistência obstétrica na maternidade pública em Ribeirão Preto. Texto Contexto Enfermagem, v.21, n.2, p. 418-26, 2012.

SAKAE, T. M.; FREITAS, P. F.;D ́ORSI, E. Fatores associados a taxas de cesárea em hospital universitário. Revista Saúde Pública,v.43, n.3, p. 472-80, 2009.

SESCATO, A. C.; SOUZA, S. R. R. K.; WALL, M. L. Os cuidados não-farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto: orientações da equipe de enfermagem. Cogitare Enfermagem, v.13, n.4, p. 585-90, 2008.

SILVA, F. M. B.; KOIFFMAN, M. D.; OSAVA, R. H.; OLIVEIRA, S. M. J. V.; RIESCO, M. L. G. Centro de Parto Normal Como Estratégia de Incentivo ao Parto Normal: Estudo Descritivo. Enfermería Global, v.14, p. 1-12, 2008.

SIMKIN, P. Update on nonpharmacologic approaches to relieve labor pain and prevent suffering. Journal of Midwifery & Womens Health, v. 49, n.6, p. 489-504, 2004.

SOUZA, A. S.; AMORIM, M. M.; FEITOSA, F. E. Comparison of sublingual versus vaginal misoprostol for the induction of labour: a systematic review. BJOG –Na International Journal of Obstetrics & Gyneacology, v.115, n.11, p. 1340-9, 2008.

XENAKIS, E. M.; PIPER, J. M.; FIELD, N.; CONWAY, D.; LANGER, O. Preeclampsia: is induction of labor more successful? Obstetrics&Gynecology, v.89, n.4, p. 600-3, 1997.

Downloads

Publicado

2016-06-23

Como Citar

Gonzatto, C. C. S., Spadoni, V. L. A. M., Damasceno, V. C., Caliman, L. P., Machado, N. C. M., Jácome, G. P. O., & Mendes, N. B. do E. S. (2016). Processo de decisão pelo tipo de parto em primigestas atendidas na Maternidade Viva Vida de Juiz de Fora–Minas Gerais. RealizAção, 3(5), 58–80. Recuperado de https://ojs.ufgd.edu.br/realizacao/article/view/6361

Edição

Seção

Artigos