A variabilidade da precipitação no Mato Grosso do Sul, uma abordagem espaço-temporal e a proposição de uma síntese regional
DOI:
https://doi.org/10.55761/abclima.v37i21.19921Palavras-chave:
Técnicas Estatísticas, variabilidade pluvial, TendênciasResumo
Este artigo apresenta uma abordagem espaço-temporal das precipitações no Estado de Mato Grosso do Sul, utilizando modelos e técnicas estatísticas para espacializar as possíveis tendências relacionadas à variabilidade das chuvas. As variações climáticas são analisadas por meio de séries históricas de variáveis meteorológicas, com foco na precipitação pluvial. O objetivo é investigar as tendências de séries pluviométricas anuais longas (com mais de 30 anos) por meio de três índices de quantificação da precipitação: o Índice de Anomalia de Chuvas (IAC) van Rooy (1965), o Teste de Pettitt (Pettitt, 1979) e o Teste de Mann-Kendall (Mann, 1945; Kendall, 1975). Os resultados permitiram uma compreensão mais clara das tendências ao subdividir o território em quatro setores climáticos: o Setor S.1 Centro-Sul mostrou uma tendência linear de aumento das chuvas em 10 postos pluviométricos, enquanto 3 apresentaram leve redução; o Setor S.2 Centro-Leste apresentou aumento em 14 postos e redução em 10; o Setor S.3 Oeste indicou diminuição em 12 postos e leve aumento em 2; e, por fim, o Setor S.4 Sudoeste revelou diminuição em 6 postos e aumento em outros 6. A análise demonstrou a complexidade da dinâmica das chuvas no estado, com cada setor apresentando uma tendência específica. O estudo ressalta a importância de aprofundar as pesquisas em climatologia regional e local para o planejamento e gestão de recursos hídricos e atividades econômicas, como a agricultura, face a um cenário de crescente variabilidade climática.
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