Projeções futuras de chuvas e seu potencial erosivo na bacia hidrográfica do rio Tapajós

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55761/abclima.v35i20.17996

Palavras-chave:

Erosividade. Índice de Anomalia da Chuva. Modelos Climáticos. Tapajós.

Resumo

A Bacia Hidrográfica do Rio Tapajós (BHRT), uma das maiores do Brasil, enfrenta desafios decorrentes da atividade de garimpo e erosão de suas margens, além de projetos de grande porte, como portos fluviais, que aumentarão a população local. Este estudo investiga as mudanças nas precipitações na região da BHRT, uma área altamente vulnerável às mudanças climáticas. Com foco no presente e em cenários climáticos futuros, como os RCPs (Representative Concentration Pathways) 4.5 e 8.5, calculou-se a Erosividade da Chuva e Índice de Anomalia da Chuva (IAC) para avaliar a erosão do solo e a variabilidade das chuvas, possíveis agravantes da fragilidade ambiental da área. Os resultados revelam que a erosividade é maior em Santarém do que em Paranatinga, e que anos com IAC positivo são mais erosivos do que anos com IAC negativo, tanto no presente quanto no futuro. É que é necessário investigar os efeitos das mudanças climáticas na bacia do rio Tapajós, considerando outras variáveis e modelos climáticos, e de desenvolver estratégias de adaptação e mitigação dos riscos ambientais.

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Biografia do Autor

Luandra Caroline Veloso Ferreira, Universidade Federal do Pará

Graduanda de Engenharia Sanitária e Ambiental na Universidade Federal do Pará (UFPA). Atualmente está no sexto semestre e atua como bolsista de iniciação cientifica (PIBIC) no projeto "Influência de Fenômenos Climáticos sobre as Chuvas na Bacia Hidrográfica do Rio Tapajós e Projeções Futuras".

Carlos Eduardo Aguiar de Souza Costa, Universidade Federal do Pará

Possui graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade Federal do Pará - UFPA (2013), mestrado (2016) e doutorado (2021) em Engenharia Civil (Área: Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental) pela UFPA. Atualmente é Professor Adjunto da UFPA, no Campus Universitário de Tucuruí (CAMTUC), atuando na Faculdade de Engenharia Sanitária e Ambiental (FAESA) e como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Barragem e Gestão Ambiental (PEBGA). Na área científica, trabalha com produções e projetos voltados para o Desenvolvimento Regional Sustentável, Gerenciamento de Riscos Climáticos e Economia Ambiental. Possui experiência profissional na área de saneamento e meio ambiente, tendo colaborado com empresas responsáveis por elaborar e fiscalizar importantes projetos por todo o Estado do Pará.

Josias da Silva Cruz, Universidade Federal do Pará

Graduado em Engenharia Ambiental pela Faculdade Estácio Belém (2016), mestrado em Engenharia Civil: Área de Concentração em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela Universidade Federal do Pará (2018), Doutorado em Engenharia Civil: Área de Concentração em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela Universidade Federal do Pará (2023) . Tem experiência na área de Ciências Ambientais e Recursos Hídricos, com ênfase principalmente nos seguintes temas: Análise Físico-Química e Biológica da Água, Recuperação de Áreas Degradadas, Geoprocessamento Ambiental, Hidrologia e Hidráulica Fluvial, Modelagem de Uso e Cobertura da Terra, Modelagem hidrologica e hidrodinâmica.

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Publicado

19-07-2024

Como Citar

Ferreira, L. C. V., Costa, C. E. A. de S., & Cruz, J. da S. (2024). Projeções futuras de chuvas e seu potencial erosivo na bacia hidrográfica do rio Tapajós. Revista Brasileira De Climatologia, 35(20), 45–64. https://doi.org/10.55761/abclima.v35i20.17996

Edição

Seção

Artigos