Ilha(s) de calor urbano de superfície em territórios de urbanização difusa: o estudo de caso dos municípios de Braga e de Guimarães (Portugal)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55761/abclima.v32i19.16123

Palavras-chave:

Clima Urbano, Temperatura de Superfície, Urbanização Difusa, Landsat

Resumo

O processo de urbanização implica a conversão de superfícies permeáveis, com maior ou menor cobertura vegetal, em superfícies impermeáveis antrópica, com acentuada capacidade de armazenamento de calor e não evaporativas, pelo que desencadeiam a individualização de ilhas de calor. Nesta investigação analisa-se a evolução espaciotemporal da ilha de calor de superfície (ICS) nos municípios de Braga e de Guimarães, procurando-se estabelecer a sua relação com o crescimento urbano ocorrido no período 1984-2016. Concretamente, selecionaram-se 6 imagens Landsat, a partir das quais se extraiu o tecido urbano e a temperatura de superfície (Ts). As áreas sob efeito da ICS são delimitadas a partir de limiares definidos em função da média e do desvio-padrão de Ts em cada data, não requerendo este método a tradicional divisão prévia do território em urbano/não urbano. Sem embargo, considerando que a ICS não decorre em exclusivo das áreas urbanas, é fundamental determinar o real contributo destas. Entre 1984 e 2016 observa-se um aumento da intensidade e da extensão ICS, decorrente do crescimento urbano de Braga e de Guimarães. Consequentemente, verifica-se uma redução da proporção de área não urbana afetada pela ICS; porém, também diminui a proporção da área urbana sob efeito deste fenómeno. Este aparente paradoxo encontra explicação na edificação dispersa e nas vias rodoviárias que parecem não constituir pontos suficientemente quentes para a individualização da ICS. Neste território, a ICS assume uma configuração rizomática, que aliena a própria metáfora da ilha de calor.

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Biografia do Autor

Catarina de Almeida Pinheiro, CECS - Universidade do Minho; CEGOT - Universidade do Porto/Universidade de Coimbra

Doutorada em Geografia – Ramo de Especialização de Geografia e Planeamento Regional –, pela Universidade do Minho em 2020, com a tese “Análise por Deteção Remota do Processo de Urbanização Difusa e seu efeito Climático em Braga e Guimarães”. Mestre pela Universidade do Minho, em Geografia – área de especialização em Planeamento e Gestão do Território.

Membro do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho e do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT), da Universidade do Porto e da Universidade de Coimbra.

Atualmente, encontra-se a lecionar na Universidade do Minho como Professora Convidada.

A sua pesquisa foca-se na Deteção Remota e Sistemas de Informação Geográfica, Climatologia Urbana, Geografia Urbana, Planeamento Urbano e Urbanização Difusa.

 

Maria Manuela Laranjeira, Departamento de Geografia da Universidade do Minho; CECS - Universidade do Minho

Maria Manuela Laranjeira, geógrafa, é Professora Auxiliar no Departamento de Geografia do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho desde 1999. Doutorou-se em Geografia – Área de Especialização em Geografia Física e Estudos Ambientais pela Universidade do Minho em 2010.

Leciona e desenvolve investigação em Ecologia da Paisagem, Climatologia Urbana, Deteção Remota e SIG.

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Publicado

10-01-2023

Como Citar

de Almeida Pinheiro, C., & Laranjeira, M. M. (2023). Ilha(s) de calor urbano de superfície em territórios de urbanização difusa: o estudo de caso dos municípios de Braga e de Guimarães (Portugal). Revista Brasileira De Climatologia, 32(19), 61–82. https://doi.org/10.55761/abclima.v32i19.16123

Edição

Seção

Artigos