"O sagrado está na natureza, fonte de energia que nos religa com tudo e todos”: fraturar o antropoceno, ressignificar o fim do aiyê
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v11i17.16869Palabras clave:
Antropoceno, Cosmoecologia, Ilê Aiyê de OxóssiResumen
Os debates que consubstancializam o antropoceno, como esse espaço-tempo de aniquilação do que tanto já tem sido as trincheiras da vida, tem sido cada vez mais emergente na contemporaneidade, sobretudo a partir dos anos 2000. Ao nosso juízo, as crises que nos atravessam se assentam como convites aos des-re-pensamentos e des-re-tessiturras dos modus de como se deu, se dá e tem sido a relação, produção e agenciamento entre sociedade-natureza – aqui com repelência primordial de um concepção dicotômica dessas esferas. Dando outros contornos ao que tanto tem sido as produções e reproduções sobre o debate em tela, este artigo intenta reificar o estabelecimento dos liames entre antropoceno, cosmologia, cosmogonia, ontologia e modos de ressignificação dos (des)usos do espaço, buscando, por meio de um estudo de caso isolado, extasiar o centramento da cosmovisão afroreligiosa e outros saberes epistemológicos, em que os povos de santo nos permite acessar, de modo singular, uma cosmoecologia e uma ecopedagogia magnificente, cuja relação se dá entre iku (morte) e igbsi aye (vida) do aiyê (mundo, terra) e o que consideramos, a partir do acesso aos relatos e práticas, uma “desobsessão” da lógica capitalista, tecnicista, consumista e extrativista que fagocita as cosmosensações e as vidas humanas, não-humanas e mais-que-humanas.
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