O poder e a poética das infâncias negras em “Menina de Fogo”, de Taylane Cruz
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v13i21.20621Keywords:
Menina de fogo, Análise crítica, Infâncias, PotênciaAbstract
O presente trabalho tem como principal objetivo desenvolver, a partir da afroperspectiva,
conceito proposto pelo filósofo Renato Noguera (2010, 2012, 2014 e 2019), uma análise
literária do romance “Menina de Fogo” (2023), da escritora sergipana Taylane Cruz. Com a
apreciação e análise crítica da transcriação poética de Cruz, será possível identificar as
reflexões de Noguera (2019) perpassando as páginas do texto literário, visto que as infâncias
das personagens não são baseadas apenas em uma noção biopsicossocial ou categoria
geracional, mas sobretudo como um modo de vida, uma cosmoexperiência. Nesse sentido, ao
acompanhar os caminhos de Maria, personagem protagonista do romance, que se permite
sentir e experienciar o estado de infância (Noguera, 2019), buscamos destacar a potência que
emerge dessa criança negra. Distante de uma condição de passividade e sofrimento, a
personagem revela autoconfiança e insubordinação, afirmando-se como sujeito pleno de
potencialidades, indo contra as representações estereotipadas no cenário literário que,
historicamente, relegaram às crianças negras um lugar de dor, violência e subserviência.
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