Epistemologia interseccional do barulho: corpos negros e genderizados no hip-hop
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v13i21.19439Keywords:
Epistemologia intersecional do barulho;, Interseccionalidade, Produção do conhecimento, Hip-hopAbstract
O texto em tela explora o conceito de “epistemologia interseccional do barulho”, que examina a produção de conhecimento por corpos negros e genderizados dentro da cultura hip-hop. O hip-hop é apresentado como um movimento pedagógico e cultural enraizado nas experiências vividas por comunidades negras. Essa epistemologia enfatiza a interseção entre raça, gênero e outros marcadores sociais, enquadrando o hip-hop como um espaço dinâmico de resistência e produção do conhecimento. O ensaio destaca ainda como elementos do hip-hop atuam como meios de expressão e transmissão de conhecimento. Central a isso é o papel do corpo na performance, que serve como um local de inscrição de significados culturais e estéticos. O conceito de “barulho” é redefinido como uma força insubmissa que rompe silêncios e desestabiliza narrativas dominantes. Por fim, a “epistemologia interseccional do barulho” posiciona o hip-hop como uma força contra-hegemônica da existência negra e genderizada na cultura hip-hop.
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