Ara Piraguay: o nome e o tempo da violência nas cosmologias do contato Kaiowá e Guarani
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v11i17.16941Keywords:
Violência ontológica , Cosmopolítica, Política ameríndia, Pensamento indígena, Etnologia GuaraniAbstract
The present work intends to reflect the native concept of Ara Pirahay as an elaboration to deal with the time of arrival and the contact of the Karaí (non-indigenous) with the Kaiowá and Guarani who created, in the perspective of the ñanderu Valério - now deceased -, a moment of ills and violence that are not typical of the system of relations and reproduction of Kaiowá social life, thus presenting an obstacle to what the Kaiowá and Guarani themselves aim for as a perfect and harmonious way of life, the Teko Araguyje (BENITES, 2019) . The concept of Ara Pirahay was brought to me through the speech of a young leader during the assembly of Kaiowá and Guarani youth, the RAJ (Retomada Aty Jovem), held in the village of Panambi Lagoa Rica, in the municipality of Douradina-MS, as a translation possible in Guarani of the word “violence”, which until then had no approximate synonym. However, the prefix Ara denotes a sense of time and space. Thus, in an attempt to raise an ethnographic concept to its exhaustion (STRATHERN, 1999), the article will seek to reflect from the literature and conversations in the field with leaders how the time of arrival of non-indigenous people produced an effective political response on the part of of indigenous political collectives, and how the contact and imposition of their way of life, the Karaí Reko, established the time of ills and re-elaborated eschatological conceptions in the Kaiowá and Guarani world, in the current context that is called the Anthropocene
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