Oguatá pytã:
sentipensares poéticos em movimento
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v10i16.16756Keywords:
Poesia, Guarani Kaiowá, Engajamento, Etnografia, SentipensarAbstract
Este artigo-poema objetiva a partilha de sentipensares e afetos decorrentes das experiências de engajamentos e resistências face ao terror dos massacres projetados pelo Estado brasileiro e suas fúnebres consequências para os Kaiowá e Guarani. Além disso, são versos alimentados pela ação transformadora dos cantos-rezas-danças e da palavra-alma dos nhanderu e nhandesy. Outros corpos-territórios ancestrais e periféricos aqui aparecerão em menções às periferias urbanas brasileiras e suas fissuras ensanguentadas pelos açoites das munições, nas terras ocupadas e pisoteadas por bois ou fardas, conjunção carnal que o Estado mobiliza para a aniquilação da nada minoritária dissidência. O objetivo é, conjuntamente aos deslocamentos, forçados ou caminhantes, dos povos que habitam Abya Yala, retomar poeticamente as memórias da catástrofe colonial e as retomadas dos Tekoha, ou a urgência do aquilombar-se face a desapropriação dos vínculos espaço-temporais das margens das margens. Os poemas se dividem entre os escritos dos coautores, onde intenta-se contextualizar e reverberar em prosa as passagens poéticas, criações que emergem de uma etnografia e escrevivências em curso no sul do Mato Grosso do Sul, em terras Kaiowá e Guarani.
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