Cães e humanos
Coexistência e relações interespecíficas
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v9i13.15546Keywords:
Espécies companheiras, Cães, Relações humano-animalAbstract
Este artigo aborda a convivência e coexistência interespecíficas a partir da quebra da noção de animais não humanos enquanto seres puramente instintivos e discute as fronteiras entre os conceitos de humanidade e animalidade com base na concepção acerca dos cães de estimação enquanto sujeitos. Perpassando um campo no qual o entendimento de características partilhadas entre humanos e cães se dá em termos gradualistas, são exploradas as características individuais reconhecidas nos animais e a sua influência na relação estabelecida com humanos. Baseadas na reciprocidade e no afeto, as relações com cães são analisadas enquanto relações sociais e em termos de parentesco. Busca-se ainda abordar o suposto amor incondicional proveniente dos cães e a intimidade entre as espécies.
Downloads
References
BARRETO, Eric Silva Batista. 2015. Por dez vacas com cria eu não troco meu cachorro: as relações entre humanos e cães nas atividades pastoris do pampa brasileiro. Dissertação de Mestrado em Antropologia, Universidade Federal de Pelotas.
CARSTEN, Janet. 2004. After Kinship. Cambridge, Cambridge University Press.
CHARLES, Nickie; DAVIES, Charlotte Aull. 2008. “My family and other animals: pets as kin”. Sociological Research Online, Surrey, 13(5).
CLUTTON-BROCK, Juliet. 1994. “The unnatural world: behavioural aspects of humans and animals in the process of domestication”. In: MANNING, Aubrey; SERPELL, James. (org.) Animals and human society: changing perspectives. London, Routledge, p. 23-35.
FAUSTO, Carlos. 2005. “Se Deus fosse jaguar: canibalismo e cristianismo entre os Guarani”. Mana, Rio de Janeiro, 11(2): 385-418.
FERRIGNO, Mayra Vergotti. Direitos Animais e o remodelamento das fronteiras políticas entre mundos humano e não humano. In: Jornadas de Antropologia da UNICAMP, Campinas, 2011.
FORTES, Meyer. 1969. Rules and the Emergence of Society. Londres, Royal Anthropological Institute of Great Britain and Ireland.
HARAWAY, Donna. 1991. “A Cyborg Manifesto: Science, Technology, and Socialist-Feminism in the Late Twentieth Century” In: Simians, Cyborgs, and Women: The Reinvention of Nature. New York, Routledge. ______. 2003. The Companion Species Manifesto: Dogs, People, and Significant Otherness. Chicago, Prickly Paradigm Press.
INGOLD, Tim. 1995. “Humanidade e Animalidade”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, 10(28).
KULICK, Don. 2009. “Animais gordos e a dissolução da fronteira entre as espécies”. Mana, Rio de Janeiro, 15(2): 481-508.
LACERDA, Eugenio Pascele. 1995. As Farras do Boi no litoral de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina.
MATTOS, Liziane Gonçalves de. 2012. Quando a ajuda é animalitária: um estudo antropológico sobre sensibilidade e moralidades envolvidas no cuidado e proteção de animais abandonados a partir de Porto Alegre/RS. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
MOUTINHO, Laura. 2004. Razão, “cor” e desejo: uma análise comparativa sobre relacionamentos afetivosexuais “inter-raciais” no Brasil e África do Sul. São Paulo, Editora da UNESP.
OLIVEIRA, Samantha Brasil Calmon de. 2006. Sobre homens e cães: um estudo antropológico sobre afetividade, consumo e distinção. Dissertação de Mestrado em Sociologia e Antropologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
ORO, Ari Pedro. 2006. “The sacrifice of animals in Afro-Brasilian religions: analysis of a recent controversy in the Brazilian state of Rio Grande do Sul”. Traduzido por Enrique Julio Romera. Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, 25(2).
OSÓRIO, Andrea Barbosa. 2011. “Humanidade e não-humanidade: notas sobre um grupo de protetores de gatos de rua”. Anais do Seminário de Pesquisa do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional. Campos dos Goytacazes, Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional, p. 1-17.
OSÓRIO, Andrea Barbosa. 2012. “Gatos também amam! Uma análise das perspectivas de protetores de gatos de rua”. Anais da 28ª Reunião Brasileira de Antropologia. São Paulo.
OSÓRIO, Andrea Barbosa. 2015. “Mãe de gato? Reflexões sobre o parentesco entre humanos e animais de estimação”. Anais da V Reunião Equatorial de Antropologia e XV Reunião da Antropólogos do Norte-Nordeste. Maceió.
OSÓRIO, Andrea Barbosa. 2016. “Guloseimas para animais de estimação: notas sobre afeto, alimentação e mercado pet”. Anais do VIII Encontro Nacional de Estudos do Consumo. Niterói, Universidade Federal Fluminense.
PASTORI, Erica Onzi; MATOS, Liziane Gonçalves de. 2015. “Da paixão à “ajuda animalitária”: o paradoxo do “amor incondicional” no cuidado e no abandono de animais de estimação”. Caderno Eletrônico de Ciências Sociais, Vitória, 3(1):112-132.
PASTORI, Erica Onzi. 2012. Perto e Longe do Coração Selvagem: um estudo antropológico sobre animais de estimação em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
PAULINO, Carlos Alexandre Assim. 2008. Conflitos e Interesses acerca do Controle da Experimentação Animal no Estado de São Paulo. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, Universidade Estadual de Campinas.
PERROTA, Ana Paula. 2012. “O “sofrimento” como justificativa para a reivindicação de uma nova relação entre humanos e animais”. XV Encontro de Ciências Sociais – Norte/Nordeste (CISO). Piauí.
PINTO, Leandra. 2016. Resgatando afetos: um estudo antropológico sobre redes urbanas de proteção animal. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
SÁ, Guilherme José da Silva e. 2005. “Da cultura da diferença à diferença das culturas: a apropriação do conceito de cultura no discurso de primatólogos”. Revista ILHA de Antropologia, Florianópolis, 7(1,2): 257-278.
SAHLINS, Marshall. 2011. “What Kinship is Part One”. JRAY, 17(1): 2-19.
SEGATA, Jean. 2012. Nós e os Outros Humanos, os Animais de Estimação. Tese de Doutorado em Antropologia, Universidade Federal de Santa Catarina.
SENRA, Klinton. 1996. Gente é macaco de onça. Padrões de comestibilidade de animais nas terras baixas da América do Sul. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
SORDI, Caetano. 2011. “O animal como próximo: por uma antropologia dos movimentos de defesa dos direitos animais”. Caderno IHU Idéias (UNISINOS), São Leopoldo, 145:3-28.
TOMA, Renata Harumi Cortez. 2015. Emoção e empatia: os limites do humano e do não humano nas relações entre os homens e seus animais de estimação. Anais da V Reunião Equatorial de Antropologia e XV Reunião da Antropólogos do Norte-Nordeste. Maceió.
TOMA, Renata Harumi Cortez. 2017. Amor canino: emoção, mercado e subjetividades entre seres humanos e cães de estimação na cidade de São Paulo. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social, Universidade de São Paulo.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 1996. “Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio”. Mana, Rio de Janeiro, 2(2):115-144.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).