Ensaio Sobre a zarza:
Monocultura e colonialidade vistas do wajmapu (território mapuche)
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v9i13.15537Keywords:
Multiespécie, Ontologismo, MapucheAbstract
Acompanhando algumas reflexões feitas por colaboradores mapuche, este texto interroga o modo de ser da zarza (amoreira, Rubus ulmifolius), uma planta exógena ao território mapuche hoje catalogada como “praga agrícola”. Neste contexto, interessa pensar através da zarza e com ela o modo em que a colonialidade e o regime de produção por monoculturas, em especial as florestas industriais de madeireiras que se alastram pelo sul do Chile, podem ser informados por uma economia das perspectivas, elaborada a partir de conceitos-chave da metafísica mapuche. Para que tal exercício se faça possível, contrastes serão produzidos entre constituições pessoais e ecológicas no que diz respeito às formas winka (não mapuche) e mapu-che (pessoa da terra). Por fim, se explorará a condição de pessoa de tudo o que existe e de que modo esta condição informa sobre o ser da zarza.
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