A Educação Física escolar como um caminho para a cultura do bem viver
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v11i17.16821Palavras-chave:
Educação escolar e interculturalidade, Lógica utilitarista, Povos originários, Buen Vivir/Bem Viver, Saberes tradicionaisResumo
Este ensaio tem como objetivo refletir sobre a “utilidade” da Educação Física escolar (EF) a partir dos princípios do Buen Vivir oriundos dos saberes ancestrais dos povos originários latino-americanos. Parte da premissa de que a lógica capitalista parece insistir em se fazer presente em quase todas as dimensões humanas, com pretensões de se naturalizar como orientadora prioritária em todas as práticas sociais, em especial na educação escolar. Ao não se “adaptar” à referida lógica, a Educação Física é rotulada – veladamente ou não – como componente curricular insignificante no ambiente escolar, e seus conteúdos considerados inúteis. Diante disso, ousamos pensar que a principal utilidade da EF escolar residiria, talvez, naquilo mesmo que ela tem de inútil, de gratuito, logo, de resistência à lógica da mercadoria. Buscamos subsídios para fundamentar a referida tese a partir da interculturalidade, especificamente no que se refere à cultura dos povos indígenas. Assim, a Educação Física escolar, a partir dos modos de ser e existir desses povos, pode ser pensada como um caminho para a cultura do bem viver, orientada pelo respeito à diversidade, a cooperação, a solidariedade e a harmonia entre todos os seres.
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