Oguatá pytã:
sentipensares poéticos em movimento
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v10i16.16756Palavras-chave:
Poesia, Guarani Kaiowá, Engajamento, Etnografia, SentipensarResumo
Este artigo-poema objetiva a partilha de sentipensares e afetos decorrentes das experiências de engajamentos e resistências face ao terror dos massacres projetados pelo Estado brasileiro e suas fúnebres consequências para os Kaiowá e Guarani. Além disso, são versos alimentados pela ação transformadora dos cantos-rezas-danças e da palavra-alma dos nhanderu e nhandesy. Outros corpos-territórios ancestrais e periféricos aqui aparecerão em menções às periferias urbanas brasileiras e suas fissuras ensanguentadas pelos açoites das munições, nas terras ocupadas e pisoteadas por bois ou fardas, conjunção carnal que o Estado mobiliza para a aniquilação da nada minoritária dissidência. O objetivo é, conjuntamente aos deslocamentos, forçados ou caminhantes, dos povos que habitam Abya Yala, retomar poeticamente as memórias da catástrofe colonial e as retomadas dos Tekoha, ou a urgência do aquilombar-se face a desapropriação dos vínculos espaço-temporais das margens das margens. Os poemas se dividem entre os escritos dos coautores, onde intenta-se contextualizar e reverberar em prosa as passagens poéticas, criações que emergem de uma etnografia e escrevivências em curso no sul do Mato Grosso do Sul, em terras Kaiowá e Guarani.
Downloads
Referências
BENITES, Eliel. 2021. A busca do Teko Araguyje (jeito sagrado de ser) nas retomadas territoriais Guarani e Kaiowá. Tese de Doutorado em Geografia, Universidade Federal da Grande Dourados.
CABNAL, Lorena. 2010. Acercamientos a la contrucción de la propuesta de pensamiento epistemológico de mujeres indígenas feministas comunitarias de Abya-Yala. Feminismos diversos: el feminismo comunitario. ACSUR, p. 11-25.
EVARISTO, Conceição. Escrevivência. In: CONCEIÇÃO EVARISTO | Escrevivência - YouTube. (acessado em 24 de outubro de 2022).
ESCOBAR, Arturo. Sentipensar con la tierra. Nuevas lecturas sobre desarrollo, territorio y diferencia. Medellín, Colombia: Ediciones UNAULA.
FAVRET-SAADA, Jeanne. “Ser afetado”. Cadernos de Campo, Rio de Janeiro, 13:155-161, 2005.
PEDRO, Marildo da Silva. 2021. Floresta, animais e insetos: conhecimentos tradicionais do povo Kaiowá no Tekoha Panambizinho. Dissertação de Mestrado em Entomologia e Conservação da Biodiversidade, Universidade Federal da Grande Dourados.
PERALTA, Anastacio. 2022. Tecnologias espirituais: reza, roça e sustentabilidade entre os Kaiowá e Guarani. Dissertação de Mestrado em Educação e Territorialidade, Faculdade Intercultural Indígena, Universidade Federal da Grande Dourados.
PIERRI, Daniel Calazans. 2018. O perecível e o imperecível: Reflexões guarani Mbya sobre a existência. Editora Elefante. São Paulo.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. 2000. “A história como trauma”. In: NESTROVSKI, Arthur & SELIGMANN-SILVA, Márcio. Catástrofe e representação. p. 73-98. São Paulo: Escuta, 2000.
TURIBO, Fabio. 2022. Tape rupi ogwatá jeporakakatu: poéticas da realidade Kaiowá. Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Humanas), Faculdade Intercultural Indígena, Universidade Federal da Grande Dourados.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Ñanduty
Este trabalho é licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).