A insuficiência da crítica: o déficit analítico das Escolas Críticas de Segurança em relação ao Sul Global

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/rmufgd.v12i23.15627

Palavras-chave:

Segurança Internacional, Teoria Crítica, Sul Global, Escolas Críticas de Segurança, Estudos Estratégicos

Resumo

Este artigo retoma a evolução do debate sobre Segurança Internacional para analisar as chamadas Escolas Críticas de Segurança. Por meio desta reconstrução, que em um primeiro momento analisa as abordagens tradicionais dos Estudos de Segurança para depois compreender os posteriores estudos críticos, pretende-se avaliar os méritos de tais correntes. Nessa égide, entende-se por meritórias algumas das intenções propostas por estas escolas que rompem com o tradicionalismo dos Estudos de Segurança; contudo, evidenciam-se algumas insuficiências no que tange uma crítica mais profunda. O problema central apontado é a cegueira que a agenda securitária ainda possui em relação ao Sul Global, sendo que o presente artigo enfatiza, para fins analíticos, a América Latina e o Brasil. Enfim, propõe-se uma crítica da crítica, no que se defende um aprofundamento metateórico àqueles preocupados em compreender as dinâmicas securitárias latino-americanas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

João Henrique Salles Jung, PUCRS/FernUniversität/ISAPE

Doutorando em Filosofia pela FernUniversität in Hagen em regime de cotutela com a PUCRS. Bolsista do Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD). Mestre em Filosofia pela PUCRS, com bolsa da CAPES. Ex-Presidente e Pesquisador Associado ao Instituto Sul-Americano de Política e Estratégia (ISAPE).

Bárbara Campos Diniz, San Tiago Dantas/ISAPE

Doutoranda em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas. Mestre em Relações Internacionais pela PUC Minas, com bolsa da FAPEMIG. Pesquisadora Associada ao Instituto Sul-Americano de Política e Estratégia (ISAPE) e ao British International Studies Association (BISA)

Carina Rafaela de Godoi Felini, ISAPE

Mestre em Ciências Sociais pela PUCRS, com bolsa do CNPq. Graduada em Relações Internacionais pela FAL. Pesquisadora Associada ao Instituto Sul-Americano de Política e Estratégia (ISAPE)

Referências

ACHARYA, Amitav; BUZAN, Barry. Why is there no non-Western international relations theory? In: ACHARYA, Amitav; BUZAN, Barry. Non-Western International Relations Theory: Perspectives on and Beyond Asia. Oxon: Routledge, 2010.

ACHARYA, Amitav; BUZAN, Barry. Why is there no Non-Western International Relations Theory? Ten Years On. International Relations of the Asia-Pacific. vol. 17, 2017. p. 341-370.

ARADAU, Claudia; VON MUNSTER, Rens. Governing Terrorism Through Risk: Taking Precautions, (un)Knowing the Future. European Journal of International Relations. vol. 13, 2007. p. 89-115.

BALDWIN, David A. The Concept of Security. Review of International Studies. vol. 23, 1997. p. 5-28.

BALZACQ, Thierry. The Three Faces of Securitization: Political Agency, audience and context. European Journal of International Relations. vol. 11, 2005. p. 171-201.

BALZACQ, Thierry; BASARAN, Tugba; BIGO, Didier; GUITTET, Emmanuel-Pierre; OLSSON, Christian. Security Practices. In: DENEMARK, Robert A; MARLIN-BENNETT, Renée. The International Studies Encyclopedia Online. Wiley-Blackwell, 2010.

BIGO, Didier. Globalized (in) security: the field and the ban-opticon. In: BIGO, D; TSOUKALA, A. Terror, Insecurity and Liberty: Illiberal Practices of Liberal regimes after 9/11. Oxon: Routledge, 2008. p. 10-49.

BIGO, Didier. International Political Sociology. In: WILLIAMS, P. D. Security Studies: An Introduction. Oxon – New York: Routledge, 2008. p. 116-130.

BIGO, Didier. La voie militaire de la “guerre au terrorisme” et ses enjeux. Cultures & Conflits. vol. 44, 2001. p.1-11.

BIGO, Didier; TSOUKALA, Anastassia. Understanding (in)security. In: BIGO, Didier; TSOUKALA, Anastassia. Terror, Insecurity and Liberty: Illiberal Practices of Liberal regimes after 9/11. Oxon: Routledge, 2008. p. 1-9.

BOOTH, Ken. Theory of World Security. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.

BOOTH, Ken. Security and Emancipation. Review of International Relations. vol. 17, 1991. p. 313-26.

BOOTH, Ken. Security in Anarchy: Utopian Realism in Theory and Practice. International Affairs. vol. 67, 1991. p. 527-45.

BRODIE, Bernard. Strategy as a Science, 1949. In: MAHNKEN, Thomas; MAIOLO, Joseph (Coord). Strategic Studies: A Reader. London/New York: Routledge, 2008, p. 8-21.

BUZAN, Barry; HANSEN, Lene. A Evolução dos Estudos de Segurança Internacional. São Paulo: UNESP, 2012.

BUZAN, Barry; HANSEN, Lene. The Evolution of International Security Studies. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

BUZAN, Barry; WÆVER, Ole; WILDE, Jaap de. Security: A New Framework for Analysis. Londres/Boulder: Lynne Rienner, 1998.

BUZAN, Barry. People, States and Fear: An Agenda for International Security Studies in the Post-Cold War Era. London: Harvester Wheatsheaf, 1991.

CARR, Edward. Vinte anos de crise 1919-1939. Brasília: Editora da Universidade de Brasília/Ipri/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2002.

CEPIK, Marco. Segurança Internacional: Da Ordem Internacional aos Desafios para a América do Sul e para a CELAC. In: SORIA, A. B.; ECHANDI, I. A. Desafios estratégicos del regionalismo contemporáneo CELAC e Iberoamérica. San José: FLACSO, 2013. pp. 307-324.

CHANDLER, David. Review Article: Theorising the Shift from Security to Insecurity - Kaldor, Duffield and Furedi. Conflict, Security & Development. vol. 8, 2008. p. 265-276.

CLAUSEWITZ, Carl Von. On War. Princeton University Press, 1989

CORBETT, Julian S. Principles of Maritime Strategy. Mineola/New York: Dover Publications, Inc. 1911.

COX, Robert. W. Social Forces, States and World Orders: Beyond International Relations Theory. Millennium: Journal of International Studies. vol. 10, 1981. p. 126-55.

DOUHET, Giulio. O Domínio do Ar. Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1988.

DUSSEL, Enrique. Filosofía de la Liberación. Cidade do México: Edicol, 1977.

ENLOE, Cynthia. Margins, Silences, and Bottom Rungs: How to overcome the underestimation of power in the study of International Relations. In: SMITH, Steve et al. (eds.) International Theory. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.

FUCCILLE, Alexandre; REZENDE, Lucas. Complexo regional de segurança da América do Sul: uma nova perspectiva. Contexto Internacional, 2013, v. 35, n. 1, pp. 77-104.

GALLIE, Walter. B. Essentially Contested Concepts. Proceedings of the Aristotelian Society. vol. 56, 1956. p. 167-98.

GRAÇA, Pedro Borges. A área dos estudos estratégicos. Rev. Direito Econ. Socioambiental, vol. 4, n. 2, p. 39-57, jul./dez. 2013.

GRAY, Colin. S. Strategy and History: essays on theory and practice. London/New York: Routledge, 2006.

GRAY, Colin. S. Strategy and Politics. New York, NY. Routledge, 2017.

HERZ, John H. Idealist Internationalism and the Security Dilemma. World Politics vol. 2, no. 2: 157–80, 1950.

HOBSON, John M. Re-viewing the Eurocentric Conception of World Politics: A Response to Knutsen, Ling, Schmidt, Tickner and Vitalis. Millennium: Journal of International Studies. vol. 42, 2013. p.485-514.

HOBSON, John M. What’s at Stake in Doing (Critical) IR/IPE Historiography? The Imperative of Critical Historiography. In: GUILHOT, N; SCHMIDT, B. C. Historiographical Investigations in International Relations. London: Palgrave MacMillan, 2019. p. 149-169.

JOMINI, Antoine H. The Art of War. Westport. Greenwood Press, s/d, 1862.

KESSLER, Oliver; DAASE, Christopher. From Insecurity to Uncertainty: Risk and the Paradox of Security Politics. Alternatives: Global, Local, Political. vol. 33, 2008. p. 211-232.

KINNVALL, Catarina; MANNERS, Ian; MITZEN, Jennifer. Introduction to 2018 special issue of European Security: “ontological (in) security in the European Union. European Security. vol. 27, 2018. p. 249-265.

LAPID, Yosef. The third Debate: On the Prospects of International Theory in a Post-Positivist Era. International Studies Quarterly, 33, 3, 235-254, 1989.

LINKLATER, Andrew. The question of the next stage in International Relations Theory: a critical-theoretical point of view. In: LINKLATER, Andrew. International Relations: critical concepts in political science. Volume IV. London: Routledge, 2000, p.1633-1654.

MAO-TSÉ, Tung. Selected Military Writings of Mao Tsé-Tung. Foreign Language Press, Pekin, First Edition.1963

MAHAN, Alfred.T. Estratégia Naval. Buenos Aires, Escola de Guerra Naval, 1935.

MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Brasília, Editora Universidade de Brasília, 1979.

MCSWEENEY, Bill. Identity and Security: Buzan and the Copenhagen School. Review of International Studies. vol. 22, 1996. p. 81-93.

MENDES, Flávio Pedroso; REZENDE, Lucas P. O dilema da segurança como realidade fundamental da política internacional: debate teórico e implicações para a América do Sul. Rev. Bras. Est. Def. v. 7, nº 1, jan./jun. 2020, p. 13-42.

MORGENTHAU, Hans J. A política entre as nações. Brasília: Editora da Universidade de Brasília/Ipri/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2003.

PROENÇA Jr, Domício; DINIZ, Eugenio; RAZA, Salvador Ghelfi. Guia de Estudos de Estratégia. Rio de Janeiro: Zahar, 1999.

PROENÇA Jr, Domício; DUARTE, Érico Esteves. Os estudos estratégicos como base reflexiva da defesa nacional. Rev. Bras. Polít. Int. 50 (1): 29-46 2007.

POULIOT, Vincent. A Theory of Practice of Security Communities. International Organization. vol. 62, 2008. p. 257-288.

RUDZIT, Gunther. O debate teórico em segurança internacional. Civitas, Porto Alegre, vol. 5, n. 2, jul.-dez. 2005, p.297-323.

SCHÄFER, Heinrich. W. Identity Politics and the Political Field: A Theoretical Approach to Modeling a ‘Field of Identity Politics. In: RAAB, Josef. New World Colors: Ethnicity, Belonging, and Difference in the Americas. Trier: Wissenschaftlicher Verlag Trier & Tempe, 2014. p. 359-384.

SENHORAS, Eloi. A regionalização da segurança na América Latina. Meridiano 47 n. 117, pp. 12-14, 2010.

SHEPHERD, Laura; WELDES, Jutta. Security: the State (of) Being Free From Danger. In: BRAUCH, Hans. G. et al. Globalization and Environmental Challenges: Reconceptualising Security in the 21st Century. Nova York, Springer, 2008. p. 529-537.

SILVA, Mayane Bento; NUNES, Thainá Penha Baima Viana; SILVA, Tienay Picanço Costa da. A evolução do conceito de Segurança e sua inserção nas Relações Internacionais. Disponível em: <https://www.enabed2018.abedef.org/resources/anais/8/1535660084_ARQUIVO_AEVOLUCAODOCONCEITODESEGURANCAESUAINSERCAONASRELACOESINTERNACIONAIS.pdf>. Acesso em: 2 dez. 2021.

SMITH, Steve. The Contested Concept of Security. In: BOOTH, Ken. Critical Security Studies and World Politics. London: Lynne Rienner, 2005. p. 27-62.

SUN TZU. A Arte da Guerra. Rio de Janeiro, Record, 1983.

TICKNER, Ann J. On the Frontlines or Sidelines of Knowledge and Power? Feminist Practices of Responsible Scholarship. International Studies Review. vol. 8, 2006. p. 383-395.

VALENÇA, Marcelo M. O Tratamento de Fatores Econômicos pelas Teorias de Segurança Internacional: Uma Discussão Sobre Possibilidades. Relações Internacionais no Mundo Atual, Curitiba, n. 10, pp. 63-90, 2009.

WÆVER, Ole. Securitization and Desecuritization. In: LIPSCHUTZ, Ronnie D. On Security. Nova York: Columbia University Press, 1995. p. 46-86.

WALLERSTEIN, Immanuel. Eurocentrism and its Avatars: The Dilemmas of Social Science. New Left Review. vol. 1, 1997. p. 93-107.

WALT, Stephen. M. The Renaissance of Security Studies. International Studies Quarterly. vol. 35, 1991. p. 211-39.

WALTZ, Kenneth. Theory of International Politics. Reading: Addison-Wesley, 1979.

WILLIAMS, Michael. C. Culture and Security: Symbolic Power and the Politics of International Security. London: Routledge, 2007.

WYN, Richard J. The Nuclear Revolution. In: DANCHEV, Alex. Fin De Siècle: The Meaning of the Twentieth Century. London: I. B. Taurus, 1995. p. 90-109.

WYN, Richard J. “Travel Without Maps”: Thinking About Security After the Cold War. In: DAVIS, Jane. Security Issues in the post-Cold War World. Cheltenham: Edward Elgar, 1996. p. 196-218.

WYN, R. J. Introduction: Locating Critical International Relations Theory. In: WYN. Richard J. Critical Theory and World Politics. London: Lynne Rienner, 2001. pp. 1-19.

WYN, Richard J. “Message in a Bottle”? Theory and Practice in Critical Security Studies. Contemporary Security Policy. vol. 16, 1995. p. 299-319.

Downloads

Publicado

2023-12-12

Como Citar

Jung, J. H. S., Diniz, B. C., & Felini, C. R. de G. (2023). A insuficiência da crítica: o déficit analítico das Escolas Críticas de Segurança em relação ao Sul Global . Monções: Revista De Relações Internacionais Da UFGD, 12(23), 26–55. https://doi.org/10.30612/rmufgd.v12i23.15627