Interseccionalidade e colonialidade como chaves interpretativas: reflexões amazônicas sobre direitos humanos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/rmufgd.v9i18.12378

Palavras-chave:

Interseccionalidade, Direitos Humanos, Decolonialidade, América Latina, Teoria Social

Resumo

Buscando responder à questão “a interseccionalidade é uma opção decolonial?” refletimos, de modo crítico, sobre a adequação dessas duas chaves interpretativas para a compreensão dos Direitos Humanos em povos das Américas. A teoria da interseccionalidade propõe uma análise dos entrecruzamentos dos marcadores sociais gênero/raça/classe. Por outro lado, decolonialidade apresenta um contexto histórico, político e social, a partir do qual compreende-se feixes hierárquicos como heranças coloniais. Essas chaves interpretativas trazem, em suas reflexões, formas de compreender a violação seletiva de direitos humanos e desconstruir os sistemas de hierarquização e poder. Buscamos aqui apontar suas limitações e potencialidades nesse sentido.

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Biografia do Autor

Igor Veloso Ribeiro, Procurador do Estado de Rondônia (PGE/RO)

Mestre em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Rondônia

Estevão Rafael Fernandes, Universidade Federal de Rondônia

Antropólogo. Doutor em C. Sociais pela Universidade de Brasília (2015). Pós-Doutor pela Brown University (2019)

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Publicado

2020-12-30

Como Citar

Ribeiro, I. V., & Fernandes, E. R. (2020). Interseccionalidade e colonialidade como chaves interpretativas: reflexões amazônicas sobre direitos humanos. Monções: Revista De Relações Internacionais Da UFGD, 9(18), 102–123. https://doi.org/10.30612/rmufgd.v9i18.12378

Edição

Seção

Artigos Dossiê - Amazônia, Palco de Lutas e Reflexões