Rotas, Raízes e Relações Internacionais: (Re)Aprendendo a Partir das Diásporas
DOI:
https://doi.org/10.30612/rmufgd.v12i24.16526Palavras-chave:
Rotas, Raízes, DiásporasResumo
O presente artigo visa expandir o diálogo sobre a potencialidade de teorizar as relações internacionais pelas rotas e raízes, através do engajamento crítico com autores (Shilliam, Hall, Gilroy, Trouillot e Bernardino-Costa) que reivindicam e mobilizam a condição diaspórica enquanto um substrato para reflexões sobre as possibilidades e impossibilidades de pensar identidades que rompam com a lógica espaço-temporal da modernidade. Ao invés de pensarmos através da fixidez dos conceitos, que levam a um olhar “neutro, totalizante e universalizante”, busco compreender como pensar a construção da identidade através do movimento nos fazem contestar o perspectivismo de uma verdade absoluta. Traz, portanto, diferentes perspectivas de verdade. O movimento aqui é baseado nas teorizações através das rotas e raízes que caracterizam os olhares diaspóricos e atlânticos como forma de (re)enxergar múltiplas resistências. As rotas e raízes que percorrem o(s) atlântico(s) incorporam o movimento enquanto um lugar de produção constante e pulsante da vida política. Para podermos engajar com a diferença enquanto potência transformativa precisamos primeiro contestar para que e para quem pesquisamos. Por esse motivo, proponho a decolonialidade enquanto um projeto em constante (re)fazer que possibilita o cultivo e a multiplicação de imaginários que se constituem não “apesar de” mas “através da” diferença. Esse movimento nos permite semear formas de ser e saber que valorizam e respeitam o aprender com o outro. Nesse caminho se encontra a possibilidade de questionamento e subversão de quem tem a autoridade para produzir conhecimento.
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