Bem viver e gênero: aproximações e reflexões decoloniais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/videre.v13i26.14869

Palavras-chave:

Bem Viver. Feminismo Decolonial. Gênero. Sustentabilidade Social.

Resumo

A alternativa andina do bem viver indica alcançar a sustentabilidade pelo equilíbrio da dimensão intersubjetiva, sociocultural e socioambiental como episteme do bem-estar. No desenvolvimento, as estruturas de poder que marcam a desigualdade de gênero geram privações, subalternizações e impedem alcançar a sustentabilidade. O estudo investiga o bem viver como paradigma da sustentabilidade social em igualdade de gênero pela episteme do feminismo decolonial. Essa análise assenta-se no objetivo de refletir sobre a proposta do bem viver  e as questões de gênero como condição essencial à sustentabilidade. Sabe-se que a proposta do bem viver visa fortalecer as relações humanas interculturais em conexão com o ambiente e sintoniza a necessidade de promover a superação de um determinismo biológico binário que articula as subjetividades e as interseccionalidades ampliando as desigualdades. Utiliza-se como procedimento metodológico o bibliográfico-investigativo. Nesse contexto, o bem viver permite avançar na conquista da equidade como direito humano e fundamental.   

 

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Biografia do Autor

Cláudia Cinara Locateli, Docente na Universidade do Oeste de Santa Catarina

Mestre em Direito/UNOESC

Docente na Universidade do Oeste de Santa Catarina

Thaís Janaina Wenczenovicz, Docente Titular no Programa de Pós-Graduação em Direito na Universidade do Oeste de Santa

Docente na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul/UERGS

Docente Titular no Programa de Pós-Graduação em Direito na Universidade do Oeste de Santa

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Publicado

2021-04-23

Como Citar

Locateli, C. C., & Wenczenovicz, T. J. (2021). Bem viver e gênero: aproximações e reflexões decoloniais. Revista Videre, 13(26), 445–464. https://doi.org/10.30612/videre.v13i26.14869

Edição

Seção

Artigos