Crise global e colonialidade: a agroecologia como espaço para proteção do meio ambiente, igualdade de gênero e sustentabilidade

Autores

  • Joana Silvia Mattia Debastiani Universidade de Caxias do Sul
  • Cleide Calgaro Universidade de caxias do Sul
  • Liton Lanes Pilau Sobrinho Universidade de Caxias do Sul

DOI:

https://doi.org/10.30612/videre.v14i19.12804

Palavras-chave:

agroecologia , diversidade, feminismos, natureza, paradigma

Resumo

O artigo tem como objetivo analisar as relações existentes entre proteção ambiental, gênero e sustentabilidade na sociedade colonizada. Para o desenvolvimento utilizou-se o método analítico com o estudo de referências sobre a temática. O problema consiste em saber: a agroecologia pode ser considerada promotora de proteção ao meio ambiente e igualdade de gênero para a sustentabilidade? A possível hipótese de solução está no reconhecimento da agroecologia enquanto um fazer político com a vida, onde são desenhados sonhos e possibilidades de organização produtiva e fortalecimento de organizações coletivas. Nesse contexto, é possível inserir a comunidade em uma posição estratégica garantindo novas relações sociais entre as pessoas e a natureza, valorização do conhecimento popular e tradicional associados ao científico, para mudança de paradigma com foco na sustentabilidade.

 

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Biografia do Autor

Joana Silvia Mattia Debastiani, Universidade de Caxias do Sul

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Direito UCS. Bolsista CNPq. Integrante do grupo de pesquisas "Metamorfose jurídica". Mestra em Direito, Programa de Pós-Graduação em Direito da UPF em dupla titulação com o programa de Tecnologías y políticas públicas sobre la gestión ambiental na Universidade de Alicante, Espanha. E-mail: joanamattia@gmail.com

Cleide Calgaro, Universidade de caxias do Sul

Pós-Doutora em Filosofia e em Direito ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS. Doutora em Ciências Sociais na Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. Doutora em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, na condição de taxista CAPES. Doutoranda em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Atualmente é Professora da Graduação e Pós-Graduação - Mestrado e Doutorado - em Direito na Universidade de Caxias do Sul. É Líder do Grupo de Pesquisa “Metamorfose Jurídica” da Universidade de Caxias do Sul-UCS e Vice-Líder do Grupo de Pesquisa “Filosofia do Direito e Pensamento Político” da Universidade Federal da Paraíba-UFPB. Atua como pesquisadora no Grupo de pesquisa “Regulação ambiental da atividade econômica sustentável (REGA)” da Escola Superior Dom Helder Câmara. É membro do Comitê Assessor de Ciências Humanas e Sociais da FAPERGS: Membro Titular (2019-2021). Orcid: https://orcid.org/0000-0002-1840-9598. CV: http://lattes.cnpq.br/8547639191475261. E-mail: ccalgaro1@hotmail.com

Liton Lanes Pilau Sobrinho, Universidade de Caxias do Sul

Pós-doutor em Direito na Universidade de Sevilha - US. -Espanha. Doutor em Direito pela UNISINOS (2008), Mestre em Direito pela UNISC (2000). Professor dos cursos de Mestrado e Doutorado no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da Univali. Professor do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu Mestrado em Direito da UPF. Coordenador do PPGDireito da UPF. E-mail: litonlanes@gmail.com

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Publicado

2022-07-29

Como Citar

Mattia Debastiani, J. S., Calgaro, C., & Pilau Sobrinho, L. L. (2022). Crise global e colonialidade: a agroecologia como espaço para proteção do meio ambiente, igualdade de gênero e sustentabilidade. Revista Videre, 14(29), 177–191. https://doi.org/10.30612/videre.v14i19.12804

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