"Educar" para territorializar e territorializar para "educar" na Amazônia paraense: estudo de caso sobre a disputa territorial e educação do campo em Moju (PA)

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.30612/riet.v3i1.12950

Palabras clave:

Educação do Campo, Territorialização, Campesinato, Amazônia.

Resumen

O presente artigo traz como abordagem principal a disputa territorial promovida através dos modelos de educação entre o campesinato e o agronegócio em Moju (PA). O conflito ocorre, sobretudo, pela apropriação, subordinação e destruição do território camponês por meio da educação implementada nas escolas do espaço agrário sob a perspectiva urbanocêntrica e do agronegócio que, por sua vez, não contemplam o desenvolvimento popular do campo. Desta forma, dialogamos com as abordagens teóricas e com autores que discorrem os referidos assuntos de Educação do Campo, Educação Rural e Território Camponês levando para a realidade da disputa territorial em curso no distrito Nova Vida. Abordamos também o significativo papel da escola desta comunidade rural dentro dessa dinâmica de territorialização e manutenção das relações territoriais da empresa. Tendo em vista que é importante introduzir uma educação que de fato represente e atenda o campesinato e as comunidades tradicionais desde e para os seus respectivos territórios, o artigo também contém as críticas no que se refere à imprescindibilidade de efetivação da Educação do Campo.

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Biografía del autor/a

Herique Heber dos Santos Reis, Universidade Federal do Pará

HERIQUE HEBER DOS SANTOS REISAtua nas áreas da geografia agrária, educação do campo, movimentos sócioterritoriais  Professor concursado - SEMED/ANANINDEUA  Mestre em Geografia/UFPA  Doutorando em Geografia/UFPA  Especialista em Educação inclusiva do  campo/UFPA  Membro do grupo de Pesquisas Neadec/UFPA  Pesquisador da rede DATA LUTA. 

José Sobreiro Filho, Universidade Federal do Pará: Belem, PA, BR2016-09-22 to present | Professor Doutor (´Geoprocessamento)

Possui graduação em Geografia (licenciatura e bacharelado) (2010), mestrado (2013) e doutorado (2016) pela UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Durante o mestrado realizou sanduiche no Centro de Estudios Avanzados da Universidade Nacional de Córdoba (UNC) e durante o doutorado na School of Geography da University of Leeds. É pesquisador do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Projetos de Reforma Agrária (NERA) e coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Agrárias sobre Espaço, Desenvolvimento e Conflitualidade (NEADEC). Foi diretor da AGB de Pres. Prudente por dois mandatos, conselheiro da Latin American Studies Association, secretário e prof. de curso no Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO), membro da Association of American Geographers e Royal Geographical Society, parecerista de periódicos no Brasil e exterior, membro de conselhos editoriais e projetos de cooperação internacional. Foi professor visitante na School of Geography and Planning da Cardiff University (Reino Unido). Atualmente é professor da Universidade Federal do Pará ? UFPA, prof. permanente do Programa de Pós-graduação em Geografia da UFPA, prof. permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial na América Latina e Caribe do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da UNESP, prof. da diplamatura em Estudos agrários na Universidade Nacional de Santiago del Estero (Argentina) e vice-coordenador da especialização em "Ensino em Geografia

Deisiane Souza, Universidade Federal doPará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Belém, Brasil

Graduada em Geografia pela Universidade Federal do Pará

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Publicado

2023-12-28

Cómo citar

Reis, H. H. dos S., Sobreiro Filho, J., & Souza, D. (2023). "Educar" para territorializar e territorializar para "educar" na Amazônia paraense: estudo de caso sobre a disputa territorial e educação do campo em Moju (PA). Revista Interdisciplinar Em Educação E Territorialidade – RIET, 3(1), 33–53. https://doi.org/10.30612/riet.v3i1.12950

Número

Sección

DOSSIÊ - RURALIDADES CONTEMPORÂNEAS: TRABALHO, RELAÇÕES DE GÊNERO E ÉTNICO-RACIAIS