O extrativismo agrário do Governo Bolsonaro a partir das relações Estado-Sociedade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5418/ra2020.v16i29.12553

Palavras-chave:

neoextrativismo, extrativismo total, agricultura, participação política, Bolsonaro.

Resumo

A relação entre políticas sociais e governos progressistas na América Latina caracteriza o neoextrativismo. Com o golpe de 2016, uma só agricultura passa a ter espaço no Estado brasileiro – o monocultivo de larga escala para exportação. O agricultor camponês e familiar deixa de fazer parte do processo de construção de políticas públicas e, igualmente, não é mais atendido por elas. O extrativismo dos governos de direita demanda uma nova agenda de pesquisa. Como construir sentido da violência, do ódio aos povos do campo e apoio irrestrito ao agronegócio no governo Bolsonaro? A análise das relações Estado-sociedade evidência quais atores e interesses são beneficiados e quais são ‘deixados de fora’ ao restringir a participação política. Bolsonaro consolida um extrativismo sem limite: um ‘extrativismo total’ que ataca movimentos sociais do campo, extingue espaços institucionais, paralisa a reforma agrária e impossibilita a soberania alimentar.

Downloads

Biografia do Autor

Gabriel Soyer, Universidade de Brasilia (UnB)

Instituto de Relações Internacionais, Universidade de Brasília

Ricardo Barbosa Jr, University of Calgary

Departamento de Geografia, University of Calgary

Referências

ABERS, R. N. Bureaucratic activism: Pursuing environmentalism inside the Brazilian state. Latin American Politics and Society, v. 61, n. 2, p. 21–44, 2019. DOI: https://doi.org/10.1017/lap.2018.75

ABERS, R. N.; SILVA, M. K.; TATAGIBA, L. Social movements and public policy: Rethinking actors and political opportunities. Lua Nova, n. 105, p. 15–46, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-015046/105

ABERS, R.; SERAFIM, L.; TATAGIBA, L. Repertórios de Interação Estado-Sociedade em um Estado Heterogêneo: A Experiência na Era Lula. DADOS - Revista de Ciências Sociais, v. 57, n. 2, p. 325–357, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/0011-5258201411

ACOSTA, A. Extractivism and neoextractivism: two sides of the same curse. Beyond development: alternative visions from Latin America, p. 61–86, 2013.

ALMEIDA, C.; TATAGIBA, L. Os conselhos gestores sob o crivo da política: balanços e perspectivas. Serviço Social & Sociedade, p. 68–92, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-66282012000100005

ANDRADE, D. Populism from above and below: the path to regression in Brazil. The Journal of Peasant Studies, p. 1–27, 2019.

ARSEL, M.; HOGENBOOM, B.; PELLEGRINI, L. The extractive imperative in Latin America. The Extractive Industries and Society, v. 3, n. 4, p. 880–887, 2016. DOI: https://doi.org/10.1016/j.exis.2016.10.014

AVRITZER, L. Sociedade civil, instituições participativas e representação: Da autorização à legitimidade da ação. DADOS - Revista de Ciências Sociais, v. 50, n. 3, p. 443–464, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0011-52582007000300001

BARBOSA JR, R.; COCA, E. L. DE F. Conflitos entre o campesinato e o agronegócio no Brasil: os planos-safra 2015-2016. Eutopía, v. 8, p. 13–27, 2015. DOI: https://doi.org/10.17141/eutopia.8.2015.1828

BARREIRA, C. Crônica de um massacre anunciado: Eldorado dos Carajás. São Paulo em Perspectiva, v. 13, p. 136–143, 1999. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-88391999000400015

BOITO, A.; SAAD-FILHO, A. State, State Institutions, and Political Power in Brazil. Latin American Perspectives, v. 43, n. 2, p. 190–206, 2016. DOI: https://doi.org/10.1177/0094582X15616120

BORRAS JR., S. M. Agrarian social movements: The absurdly difficult but not impossible agenda of defeating right-wing populism and exploring a socialist future. Journal of Agrarian Change, v. 20, n. 1, p. 3–36, 2019. DOI: https://doi.org/10.1111/joac.12311

BORRAS, S. M. Land politics, agrarian movements and scholar-activism. Inaugural Lecture, v. 14, 2016.

BRAGA, R.; PURDY, S. A precarious hegemony: neo-liberalism, social struggles, and the end of Lulismo in Brazil. Globalizations, v. 16, n. 2, p. 201–215, 2019. DOI: https://doi.org/10.1080/14747731.2018.1479013

BRUFF, I.; TANSEL, C. B. Authoritarian neoliberalism: trajectories of knowledge production and praxis. Globalizations, v. 16, n. 3, p. 233–244, 2019. DOI: https://doi.org/10.1080/14747731.2018.1502497

BRUNO, R. Bancada Ruralista, conservadorismo e representação de interesses no Brasil contemporâneo. In: MALUF, R.; FLEXOR, G. (Eds.). Questões agrárias, agrícolas e rurais: conjunturas e políticas públicas. 1. ed. Rio de Janeiro: E-Papers, p. 155–168, 2017.

CANCIAN, N. Anvisa adota risco de morte como único critério para classificar agrotóxicos, 2019. Disponível em:

CARNEIRO, M. J. Política pública e agricultura familiar: uma leitura do Pronaf. Estudos sociedade e agricultura, v. 5, n. 1, p. 70–82, 1997.

CAROLAN, M. The Rural Problem: Justice in the Countryside. Rural Sociology, v. 85, n. 1, p. 22–56, 2020. DOI: https://doi.org/10.1111/ruso.12278

CASTILHO, A. L. A serpente fora do ovo: a frente do agronegócio e o supremacismo ruralista. OKARA: Geografia em debate, v. 12, n. 2, p. 699–707, 2018. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2018v12n2.41337

CASTRO, I. E. DE. Geografia e política: território, escalas de ação e instituições. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

CAVALCANTI, B. M.; VENERIO, C. M. S. Uma ponte para o futuro? Reflexões sobre a plataforma política do governo Temer. Revista de Informação Legislativa, v. 54, n. 215, p. 139–162, 2017.

CAYRES, D. C. Ativismo institucional e interações Estado-movimentos sociais. BIB - Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, v. 82, n. 2, p. 81–104, 2016.

COCA, E. L. DE F. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) como uma política pública emancipatória no território

Cantuquiriguaçu-PR. Revista NERA, n. 26, p. 165–182, 2015.

COCA, E. L. DE F.; BARBOSA JR, R. Um ensaio sobre o desenvolvimento territorial: do incentivo ao empreendedorismo na Europa ao combate à pobreza na América Latina. ACTA Geográfica, v. 10, n. 24, p. 80–93, 2016. DOI: https://doi.org/10.18227/2177-4307.acta.v10i24.3301

COMISSÃO PASTORAL DA TERRA (CPT). Conflitos no Campo: Brasil 2018. Goiânia: CPT, 2019.

___. Conflitos no Campo: Brasil 2019. Goiania: CPT, 2020.

CONSEA. Exposição de Motivos no 002, de 27 de Setembro de 2017, 2017.

CPDOC. Verbete União Democrática Ruralista (UDR). In: Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro - DHBB. Rio de Janeiro: CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, 2019.

CYPHER, J. M. From Structuralism to Neoliberal Depredation and Beyond: Economic Transformations and Labor Policies in Latin America, 1950–2016. Latin American Perspectives, v. 45, n. 1, p. 24–46, 2017. DOI: https://doi.org/10.1177/0094582X17730370

DAGNINO, E. Artigo: Construção democrática, neoliberalismo e participação: os dilemas da confluência perversa. Política & Sociedade, v. 3, n. 5, p. 139–164, 2004.

___. State-Society Relations and the Dilemmas of the New Developmentalist State. IDS Bulletin, v. 47, n. 2A, p. 157–168, 2016. DOI: https://doi.org/10.19088/1968-2016.190

DATALUTA. Relatório DATALUTA Brasil 2017, 2018.

DOCTOR, M. Brazil’s New Government and Trade: An Evaluation of Policy and Performance. Critical Sociology, v. 38, n. 6, p. 799–807, 2012. DOI: https://doi.org/10.1177/0896920512440573

DUARTE, J. P. P. Planos de governo dos presidenciáveis: uma análise sobre a abordagem da reforma agrária para a gestão 2019-2022. Espaço e Economia. Revista brasileira de geografia econômica, n.16, 2019. DOI: https://doi.org/10.4000/espacoeconomia.8676

DULCI, L.; TUBINO, N. Quem é quem no organograma agrário e ambiental do novo governo. Brasil Debate, 2019. Disponível em: <http://brasildebate.com.br/quem-e-quem-no-organograma-agrario-e-ambiental-do-novo-governo/>

DUNLAP, A.; JAKOBSEN, J. The Violent Technologies of Extraction - Political ecology, critical agrarian studies and the capitalist worldeater. 1. ed. Cham: Palgrave Macmillan, 2020. DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-030-26852-7

EDELMAN, M. Hollowed out Heartland, USA: How capital sacrificed communities and paved the way for authoritarian populism. Journal of Rural Studies, 2019.

EDELMAN, M.; WOLFORD, W. Introduction: Critical Agrarian Studies in Theory and Practice. Antipode, v. 49, p. 959–976, 2017. DOI: https://doi.org/10.1111/anti.12326

ESCHER, F.; SCHNEIDER, S. Capitalismo, Agricultura e Desenvolvimento no Brasil: uma Contribuição para o Debate Atual. In: SAUER, S. (Ed.). Desenvolvimento e Transformações Agrárias: BRICS, Competição e Cooperação no Sul Global. 1. ed. São Paulo: Outras Expressões, 2019. p. 71–104.

ESCOBAR, A. Latin America at a crossroads: alternative modernizations, post-liberalism, or post-development? Cultural studies, v. 24, n. 1, p. 1–65, 2010. DOI: https://doi.org/10.1080/09502380903424208

FAO et al. The State of Food Security and Nutrition in the World - Safeguarding against economic slowdowns. Roma: FAO, 2019.

FAORO, R. Os donos do poder - Formação do patronato político brasileiro. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2013.

FARIA, A. A difusão de políticas sociais como estratégia de inserção internacional: Brasil e Venezuela comparados. Interseções, v. 14, n. 2, p. 335–371, 2012.

FAVARETO, A. Concepções de desenvolvimento e de intervenção pública no Brasil rural sob o governo Temer e além. Raízes, v. 37, n. 2, p. 7–26, 2017. DOI: https://doi.org/10.37370/raizes.2017.v37.62

FERNANDES, B. M. et al. A questão agrária na segunda fase neoliberal no Brasil. In: MEDEIROS, R. M. V.; LINDNER, M. (Eds.). Dinâmica do espaço agrário: velhos e novos territórios. Porto Alegre: Evangraf, 2017. p. 215–235.

___. O desenvolvimento da agricultura no governo Bolsonaro - Por Bernardo Mançano Fernandes. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7apkQ1y7wIg>

___. A Questão Agrária no Primeiro Ano do Governo Bolsonaro. Boletim DATALUTA, 2020.

FIAN BRASIL. Informe DHANA 2019: Autoritarismo, negação de direitos e fome, 2019.

FISCHER, A. M. The Dark Sides of Social Policy: From Neoliberalism to Resurgent Right-wing Populism. Development and Change, v. 51, n. 2, p. 371–397, 2020. DOI: https://doi.org/10.1111/dech.12577

FLEXOR, G.; LEITE, S. P. Land Market and Land Grabbing in Brazil during the Commodity Boom of the 2000s. Contexto Internacional, v. 39, n. 2, p. 393–420, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/s0102-8529.2017390200010

FREITAS, G. B. DE. O Estado e as Políticas Públicas que Tornaram a Agricultura Familiar uma Agente Importante do Desenvolvimento. Mediações - Revista de Ciências Sociais, v. 23, n. 2, p. 366–389, 2018. DOI: https://doi.org/10.5433/2176-6665.2018v23n2p366

FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1963.

GILMORE, R. W. Forgotten places and the seeds of grassroots planning. Engaging contradictions: Theory, politics, and methods of activist scholarship, v. 31, 2008. DOI: https://doi.org/10.1525/9780520916173-005

GLOBAL WITNESS. At what cost? Irresponsible business and the murder of land and environmental defenders in 2017, 2018.

GRISA, C. Políticas públicas para a agricultura familiar no Brasil: produção e institucionalização das ideias. Rio de Janeiro: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2012.

GRISA, C.; SABOURIN, E. Agricultura Familiar: de los conceptos a las políticas públicas en América Latina y el Caribe. Santiago do Chile: FAO, 2019.

GUDYNAS, E. Estado compensador y nuevos extractivismos: Las ambivalencias del progresismo sudamericano. Nueva Sociedad, n. 237, p. 128–146, 2012.

___. Extracciones, extractivismos y extrahecciones. Un marco conceptual sobre la apropiación de recursos naturales. Observatorio del desarrollo, v. 18, p. 1–18, 2013.

___. Nuevas coyunturas entre extractivismos y desarrollo. Los límites del concepto de populismo y la deriva autoritaria. Ecuado Debate, n. 105, p. 23–45, 2018.

___. Múltiples paradojas: ciencia, incertidumbre y riesgo en las políticas y gestión ambiental de los extractivismos. Polisemia, v. 14, n. 25, p. 5–37, 2019. DOI: https://doi.org/10.26620/uniminuto.polisemia.14.25.2018.5-37

HALL, A.; BRANFORD, S. Development, Dams and Dilma: The Saga of Belo Monte. Critical Sociology, v. 38, n. 6, p. 851–862, 2012. DOI: https://doi.org/10.1177/0896920512440712

HOPEWELL, K. The accidental agro-power: constructing comparative advantage in Brazil. New Political Economy, v. 21, n. 6, p. 536–554, 2016. DOI: https://doi.org/10.1080/13563467.2016.1161014

IANNI, O. Origens agrárias do Estado brasileiro. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.

KRÖGER, M. The expansion of industrial tree plantations and dispossession in Brazil. Development and Change, v. 43, n. 4, p. 947–973, 2012a. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-7660.2012.01787.x

___. Neo-mercantilist Capitalism and Post-2008 Cleavages in Economic Decision-making Power in Brazil. Third World Quarterly, v. 33, n. 5, p. 887–901, 2012b. DOI: https://doi.org/10.1080/01436597.2012.674703

___. Deforestation, cattle capitalism and neodevelopmentalism in the Chico Mendes Extractive Reserve, Brazil. Journal of Peasant Studies, v. 0, n. 0, p. 1–19, 2019.

LAVALLE, A. G. Sem pena nem glória: o debate sobre a sociedade civil nos anos 1990. Novos Estudos - CEBRAP, n. 66, p. 91–109, 2003.

LEÃO, M. M.; MALUF, R. A construção social de um sistema público de segurança alimentar e nutricional: a experiência brasileira. Brasília: ABRANDH, 2009.

LEITE, A. Z.; CASTRO, L. F. P.; SAUER, S. A questão agrária no momento político brasileiro: liberalização e mercantilização da terra no estado mínimo de Temer. OKARA: Geografia em debate, v. 12, n. 2, p. 247, 2018. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2018v12n2.41316

LEITE, A. Z.; TUBINO, N. L. G.; SAUER, S. Políticas públicas para terra e território: um olhar prospectivo sobre os próximos quatro anos no campo brasileiro. In: AZEVEDO, J. S. G. DE; POCHMANN, M. (Eds.). Brasil incertezas e submissão? 1. ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2019.

LERRER, D. F.; CARTER, M. “Consenso de commodities”: semeando o conservadorismo político e des-democratizando o Brasil? 41o Encontro Anual da Anpocs. Caxambu - MG: ANPOCS, 2017.

LIMA, T.; PEREIRA, I.; BARBANTI, O. O agrogolpe e a política externa: desmantelo da diplomacia do combate à fome e fortalecimento do agronegócio. Revista OKARA: Geografia em debate, v. 12, n. 2, p. 396–421, 2018. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2018v12n2.41322

MALUF, R. et al. Nutrition-sensitive agriculture and the promotion of food and nutrition sovereignty and security in Brazil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 8, p. 2303–2312, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232015208.14032014

MALUF, R. S. Segurança Alimentar e Fome No Brasil-10 Anos. CERESAN-Centro de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional, v. 2, p. 72, 2006.

MAMONOVA, N.; FRANQUESA, J. Populism, Neoliberalism and Agrarian Movements in Europe. Understanding Rural Support for Right-Wing Politics and Looking for Progressive Solutions. Sociologia Ruralis, v. 0, n. 0, 2019. DOI: https://doi.org/10.1111/soru.12291

MARIO, C. G. DE; TRINDADE, T. A.; TAVARES, F. M. M. Participação política e movimentos sociais no Brasil contemporâneo. Idéias, v. 9, n. 1, p. 7–16, 2018. DOI: https://doi.org/10.20396/ideias.v9i1.8652971

MATTEI, L. O papel e a importância da agricultura familiar no desenvolvimento rural brasileiro contemporâneo. Revista Econômica do Nordeste, v. 45, n. 5, p. 83–92, 2014. DOI: https://doi.org/10.61673/ren.2014.500

___. A política agrária e os retrocessos do governo Temer. Revista OKARA: Geografia em debate, v. 12, n. 2, p. 293–307, 2018. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2018v12n2.41318

MCKAY, B. Agrarian Extractivism in Bolivia. World Development, v. 97, p. 199–211, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.worlddev.2017.04.007

MCKAY, B. M. Food sovereignty and neo-extractivism: limits and possibilities of an alternative development model. Globalizations, p. 1–19, 2019. DOI: https://doi.org/10.1080/14747731.2019.1691798

MELO, T. S. DE; OLIVEIRA, A. R. DE; BARBOSA JR, R. Cooperação Sul-Sul entre Brasil e Moçambique: da (in)segurança territorial à alteridade construída pela soberania popular. Revista da ANPEGE, v. 14, n. 24, p. 83–114, 2018.

MERINO, R. The cynical state: forging extractivism, neoliberalism and development in governmental spaces. Third World Quarterly, v. 41, n. 1, p. 58–76, 2019. DOI: https://doi.org/10.1080/01436597.2019.1668264

MESQUITA, H. A. de. A luta pela terra no país do latifúndio: quando um conflito por terra se torna um massacre contra trabalhadores. Rondônia, 1995. CAMPO-TERRITÓRIO: Revista de Geografia Agrária, v. 3, n. 6, p. 109–124, 2008. DOI: https://doi.org/10.14393/RCT3611868

MIGUEL, L. F. A reemergência da direita brasileira. In: GALLEGO, E. S. (Ed.). O ódio como política: reinvenção das direitas no Brasil. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2018.

MITIDIERO JUNIOR, M. A.; BARBOSA, H. J. N.; SÁ, T. H. Quem produz comida para os brasileiros? 10 anos do Censo Agropecuário 2006. PEGADA - A Revista da Geografia do Trabalho, v. 18, n. 3, 2017. DOI: https://doi.org/10.33026/peg.v18i3.5540

MITIDIERO JUNIOR, M. A.; FELICIANO, C. A. A violência no campo brasileiro em tempos de golpe e a acumulação. Revista OKARA: Geografia em debate, v. 12, n. 2, p. 220–246, 2018. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2018v12n2.41315

MORAIS, L.; SAAD-FILHO, A. Neo-Developmentalism and the Challenges of Economic Policy-Making under Dilma Rousseff. Critical Sociology, v. 38, n. 6, p. 789–798, 2012. DOI: https://doi.org/10.1177/0896920512441635

MST. 40 dias de TEMERridades no Rural Brasileiro. Disponível em: <https://mst.org.br/2016/07/04/40-dias-de-temerridades-no-rural-brasileiro/>. DOI: https://doi.org/10.5753/sbbd.2016.24307

NEHRING, R.; HOFFMANN, M. Exporting Zero Hunger: PAA Africa and the possibilities of food sovereignty with South-South cooperation. In: DESMARAIS, A. A.; CLAEYS, P.; TRAUGER, A. (Eds.). Public policies for food sovereignty: social movements and the state. New York: Routledge, p. 36–52. 2017.

NIEDERLE, P. et al. Narrative Disputes over Family-Farming Public Policies in Brazil: Conservative Attacks and Restricted Countermovements. Latin American Research Review, v. 54, n. 3, p. 707–720, 2019. DOI: https://doi.org/10.25222/larr.366

NIEDERLE, P. A. A pluralist and pragmatist critique of food regime’s genealogy: varieties of social orders in Brazilian agriculture. The Journal of Peasant Studies, v. 45, n. 7, p. 1460–1483, 2018. DOI: https://doi.org/10.1080/03066150.2017.1313238

ODERICH, E. H.; GRISA, C.; BARTH, V. J. Interações entre Estado e sociedade civil na construção do FEAPER e Programa Camponês do Rio Grande do Sul. Política & Sociedade, v. 17, n. 40, p. 373–399, 2018. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-7984.2018v17n40p373

OLIVEIRA, A. U. DE. A longa marcha do campesinato brasileiro: movimentos sociais, conflitos e Reforma Agrária. Estudos Avançados, v. 15, p. 185–206, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-40142001000300015

PAHNKE, A. The contradictions of neo-extractivism and social policy: the role of raw material exports in the Brazilian political crisis. Third World Quarterly, v. 39, n. 8, p. 1656–1674, 3 ago. 2018. DOI: https://doi.org/10.1080/01436597.2018.1428088

PAULINO, E. T. A Liquidação Das Terras Públicas No Brasil: Contextos, Pretextos E Passivos Territoriais Em Face Da Lei 13.465/2017. Boletim Goiano de Geografia, v. 37, n. 3, p. 391–408, 2017. DOI: https://doi.org/10.5216/bgg.v37i3.50761

PENNA, C.; ROSA, M. C. Estado, movimentos e reforma agrária no Brasil: reflexões a partir do Incra. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, p. 57–86, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-6445057-085/95

ROCHA, P. V.; BARBOSA JR, R. Criminalizar é governar: uma proposta teórica para a compreensão da criminalização dos movimentos sociais do campo no Brasil. Colombia Internacional, n. 93, p. 205–232, 2018. DOI: https://doi.org/10.7440/colombiaint93.2018.08

RYDGREN, J. The Oxford Handbook of the Radical Right. 1. ed. Oxford: Oxford University Press, 2018. DOI: https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780190274559.001.0001

SAAD-FILHO, A. Privilege Versus Democracy in

Brazil. Jacobin, 2018. Disponível em: <https://jacobinmag.com/2018/10/brazil-election-bolsonaro-haddad-lula-pt-democracy>.

SABOURIN, E.; CRAVIOTTI, C.; MILHORANCE, C. The Dismantling of Family Farming Policies in Brazil and Argentina. International Review of Public Policy, v. 2, n. 1, p. 45–67, 2020. DOI: https://doi.org/10.4000/irpp.799

SADER, E. Quando novos personagens entraram em cena: experiências, falas e lutas dos trabalhadores da grande Sao Paulo: 1970-80. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1988.

SADER, E. A nova toupeira: os caminhos da esquerda latino-americana. São Paulo: Boitempo, 2009.

___. (ED.). 10 Anos De Governos Pós-Neoliberais No Brasil: Lula e Dilma. Rio de Janeiro: FLACSO Brasil, 2013.

SANTOS, F.; TANSCHEIT, T. Quando velhos atores saem de cena: a ascensão da nova direita política no Brasil. Colombia Internacional, n. 99, p. 151–186, 2019. DOI: https://doi.org/10.7440/colombiaint99.2019.06

SAUER, S. et al. Governo Bolsonaro Amplia A Grilagem de Terras com mais uma Medida Provisória. Boletim DATALUTA, 2019.

___. Rural Brazil during the Lula Administrations: Agreements with Agribusiness and Disputes in Agrarian Policies. Latin American Perspectives, v. 46, n. 4, p. 103–121, 2019. DOI: https://doi.org/10.1177/0094582X16685176

SAUER, S.; LEITE, A. Z. Medida Provisória 759: descaminhos da reforma agrária e legalização da grilagem de terras no Brasil. Retratos de assentamentos, v. 20, n. 1, p. 14–40, 2017. DOI: https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2017.v20i1.258

SAUER, S.; MÉSZÁROS, G. The political economy of land struggle in Brazil under Workers’ Party governments. Journal of Agrarian Change, v. 17, n. 2, p. 397–414, 2017. DOI: https://doi.org/10.1111/joac.12206

SCHINCARIOL, V. E.; YEROS, P. The political economy of ‘ impeachment ’ in Brazil : an assessment of the Temer interlude ( 2016-2018 ). Revista Galega de Economía, v. 28, n. 1, p. 73–90, 2019. DOI: https://doi.org/10.15304/rge.28.1.6165

SCHNEIDER, S.; CAZELLA, A.; MATTEI, L. Histórico, caracterização e dinâmica recente do Pronaf – Programa Nacional de fortalecimento da Agricultura familiar. In: SCHNEIDER, S.; SILVA, M. K.; MARQUES, P. E. M. (Ed.). Políticas Públicas e Participação Social no Brasil Rural. 1. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, p. 21–49. 2004.

SCHNEIDER, S.; SILVA, M. K.; MARQUES, P. E. M. Políticas públicas e participação social no Brasil rural. Porto Alegre: Editora UFRGS, 2004.

SCHREIBER, M.; FELLET, J. Amazônia precisa de “soluções capitalistas”, diz ministro do Meio Ambiente. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-49363387>.

SCOONES, I. et al. Emancipatory rural politics: confronting authoritarian populism. Journal of Peasant Studies, v. 45, n. 1, p. 1–20, 2018. DOI: https://doi.org/10.1080/03066150.2017.1339693

SIMÕES, M. Pesquisadora vira alvo de perseguições após comprovar que não existe dose segura de agrotóxicos. Disponível em: <https://reporterbrasil.org.br/2019/10/pesquisadora-vira-alvo-de-perseguicoes-apos-comprovar-que-nao-existe-dose-segura-de-agrotoxicos/>.

SOARES, S. et al. Os impactos do benefício do programa Bolsa Família sobre a desigualdade e a pobreza. In: Bolsa Família 2003-2010: Avanços e Desafios. Brasília: Ipea, v. 2, p. 25–50, 2010.

SOUZA, J. R. M. DE. A Política de Aquisição de Alimentos na Mira do Golpe. Revista OKARA: Geografia em debate, v. 12, n. 2, p. 664–677, 2018. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2018v12n2.41335

STÉDILE, J. P.; FERNANDES, B. M. Brava gente: a trajetória do MST e a luta pela terra no Brasil. 3. ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2002.

STEINBERGER, M. Território, ambiente e políticas públicas espaciais. Brasília: Paralelo 15 e LGE Editora, 2006.

SUDRÉ, L. Liberação de agrotóxicos no governo Bolsonaro é a maior dos últimos 14 anos. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2019/11/27/liberacao-de-agrotoxicos-no-governo-bolsonaro-e-a-

maior-dos-ultimos-14-anos>.

SVAMPA, M. Consenso de los Commodities y lenguajes de valoración en América Latina. Nueva Sociedad, n. 224, p. 30–46, 2013.

___. Neo-extractivism in Latin America: Socio-environmental Conflicts, the Territorial Turn, and New Political Narratives. Cambrige: Cambridge University Press, 2019.

TAVARES, F. M. M. Em busca da deliberação: mecanismos de inserção das vozes subalternas no espaço público. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 9, p. 39–70, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-33522012000300002

TEIXEIRA, A. C.; TRINDADE, T. A. Participação e projetos políticos: os horizontes da democracia brasileira - Entrevista com Evelina Dagnino. Idéias, v. 9, n. 1, p. 249–274, 2018. DOI: https://doi.org/10.20396/ideias.v9i1.8652739

TEIXEIRA, G. As barreiras institucionais para a reforma agrária no Brasil. In: MATTEI, L. (Ed.). Reforma agrária no Brasil: Trajetórias e dilemas. Florianópolis: Editoria Insular, 2017. p. 161–186.

TSE. Proposta de governo de Jair Bolsonaro, 2018. Disponível em: <http://www.tse.jus.br/arquivos/jair-bolsonaro-proposta-de-governo-1o-turno>.

VASCONCELOS, F. DE A. G. DE et al. Public policies of food and nutrition in Brazil: From Lula to Temer. Revista de Nutrição, v. 32, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/1678-9865201932e180161

VELTMEYER, H. The political economy of natural resource extraction: a new model or extractive imperialism? Canadian Journal of Development Studies, v. 34, n. 1, p. 79–95, 2013. DOI: https://doi.org/10.1080/02255189.2013.764850

___. Latin America in the vortex of social change: Development and social movement dynamics. World Development, v. 130, 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.worlddev.2020.104916

VELTMEYER, H.; PETRAS, J. The new extractivism: a post-neoliberal development model or imperialism of the twenty-first century? Winnipeg: Zed Books, 2014.

VERGARA-CAMUS, L.; KAY, C. Agribusiness, peasants, left-wing governments, and the state in Latin America: An overview and theoretical reflections. Journal of Agrarian Change, v. 17, n. 2, p. 239–257, 2017. DOI: https://doi.org/10.1111/joac.12215

WIT, M. M. DE et al. Agrarian origins of authoritarian populism in the United States: What can we learn from 20th-century struggles in California and the Midwest? Journal of Rural Studies, 2019.

WITTMAN, H. From protest to policy: the challenges of institutionalizing food sovereignty. Canadian Food Studies, v. 2, n. 2, p. 174–182, 2015. DOI: https://doi.org/10.15353/cfs-rcea.v2i2.99

WITTMAN, H.; BLESH, J. Food Sovereignty and Fome Zero: Connecting Public Food Procurement Programmes to Sustainable Rural Development in Brazil. Journal of Agrarian Change, v. 17, n. 1, p. 81–105, 2017. DOI: https://doi.org/10.1111/joac.12131

WOLFORD, W. State-society dynamics in contemporary brazilian land reform. Latin American Perspectives, v. 43, n. 2, p. 77–95, 2016. DOI: https://doi.org/10.1177/0094582X15623768

WOLFORD, W.; FRENCH, J. D. Deconstructing the Post-Neoliberal State: Intimate Perspectives on Contemporary Brazil. Latin American Perspectives, v. 43, n. 2, p. 4–21, 2016. DOI: https://doi.org/10.1177/0094582X15623766

WOLFORD, W.; SAUER, S. Authoritarian elitism and popular movements in Brazil. 2018. Disponível em: <http://www.opendemocracy.net/en/authoritarian-elitism-and-popular-movements-in-brazil/ >.

___. Notas e questões para uma conclusão prospectiva. In: SAUER, S. (Ed.). Desenvolvimento e Transformações Agrárias: BRICS, Competição e Cooperação no Sul Global. 1o ed. São Paulo: Outras Expressões, p. 325–335, 2019.

YE, J. et al. The incursions of extractivism: moving from dispersed places to global capitalism. The Journal of Peasant Studies, v. 47, n. 1, p. 155–183, 2019. DOI: https://doi.org/10.1080/03066150.2018.1559834

ZHOURI, A. et al. O desastre da Samarco e a política das afetações: classificações e ações que produzem o sofrimento social. Ciência e Cultura, v. 68, p. 36–40, 2016. DOI: https://doi.org/10.21800/2317-66602016000300012

ZIBECHI, R. El estado de excepción como paradigma político del extractivismo. In: Territorios en disputa. Mexico City: Bajo Tierra Ediciones, 2014.

Downloads

Publicado

2020-12-02

Como Citar

Soyer, G., & Barbosa Jr, R. (2020). O extrativismo agrário do Governo Bolsonaro a partir das relações Estado-Sociedade. Revista Da ANPEGE, 16(29), 522–554. https://doi.org/10.5418/ra2020.v16i29.12553

Edição

Seção

Seção Temática - Geografias do Campo Brasileiro: A questão agraria na conjuntura