Política de reserva de vagas para negros/ as na pós-graduação: apontamentos experienciais da Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD
EXPERIENTIAL NOTES FROM THE FEDERAL UNIVERSITY OF GRANDE DOURADOS/UFGD
DOI:
https://doi.org/10.30612/hre.v11i18.16600Palavras-chave:
Comissão de Heteroidentificação, Negros/as, Reserva de Vagas.Resumo
Este artigo objetiva reportar sobre a implantação da política de reserva de vagas para negros/as na pós-graduação stricto sensu, da UFGD, localizada no estado do Mato Grosso do Sul. A pesquisa é documental, por meio de consulta em portarias, resoluções e editais de programas de pós-graduação do ano de 2018, pois foi quando iniciou a implantação desta política na instituição. Os dados coletados apontam que a UFGD somente aderiu à política de ações afirmativas na pós-graduação após a publicação da Portaria MEC nº 13/2016, que induziu nacionalmente os programas de pós-graduação de instituições públicas a adotarem reserva de vagas para negros, indígenas e deficientes. Constatou-se que a norma da instituição apenas estabeleceu o público alvo e o percentual de reserva (20% das vagas). Não há uma uniformidade para atuação da comissão de heteroidentificação para as vagas preenchidas para os/as autodeclarados/as negros/as, o que pode gerar o uso indevido destas autodeclarações.
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