Devemos algo a Nietzsche: história, vida e extemporaneidade
DOI:
https://doi.org/10.30612/rehr.v21i40.19401Palavras-chave:
Nietzsche, História, FilosofiaResumo
O presente artigo consiste em um ensaio reflexivo a respeito da fortuna crítica do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), enfocando, principalmente, a sua contribuição para o campo da reflexão histórica. Para realizar tal debate, buscamos compreender de que forma a fortuna crítica de Nietzsche foi recepcionada, apontando dois vieses centrais que foram arregimentados na interpretação de suas linhas, que correspondem: 1) a redução do pensamento de Nietzsche sobre a história aos seus postulados críticos à imaginação histórica do século XIX, e 2) o tratamento do filósofo como uma figura central no movimento de inflexão pós-moderna. Não obstante, com isto não pretendemos negar ou contrariar estes dois vieses apontados, posto que, em certa medida, eles estão corretos em suas análises; mas pretendemos argumentar que a amplitude do pensamento de Nietzsche com relação à História representa um escopo bem maior de investigação para os historiadores e que, neste sentido, é preciso se debruçar mais a fundo nas linhas do autor e em seus conceitos filosóficos para, enfim, compreender qual a sua utilidade para a História. É nesse sentido que, portanto, buscamos discutir quais os postulados nietzscheanos sobre a ciência histórica, bem como de que forma a sua perspectiva contribui para solucionar os problemas apontados pelo filósofo.
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