Filhos da invisibilidade: Profilaxia e/ou segregação parental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/rehr.v20i38.19054

Palavras-chave:

Exclusões, Hanseníase, Parentalidade, Santo Antônio do Prata

Resumo

A presente pesquisa discute como o Século XX foi marcado por políticas eugênicas que influenciaram na tomada de decisões sobre o controle da lepra e, principalmente, sobre os filhos "sadios" dos doentes que viviam isolados no Leprosário Santo Antônio do Prata, localizado na área rural de Igarapé-Açu/PA. Os filhos dos leprosos eram segregados dos seus pais logo ao nascer e passavam a receber cuidados de outras pessoas. Este afastamento familiar, configurava-se numa tentativa profilática de impedir a transmissibilidade da doença entre pais e filhos, visto que, os pais não eram impedidos de se reproduzirem. No entanto, a permanência das crianças junto ao convívio dos pais acarretaria riscos significativos ao ciclo de contaminação que se buscava combater naquele período. Desta forma, esta pesquisa parte de uma análise bibliográfica em documentos desse período — sendo a obra Lazarópolis do Prata, de autoria a Heraclides de Souza Araújo, a mais utilizada — que retratam como essa doença era entendida como uma ameaça para a sociedade. Bibliografias atuais, tais como Del Cont (2008), Louzada (1942), Pacheco (2018) e Souza (2006) são utilizadas, junto com a abordagem qualitativa, para aprofundar a discussão sobre a relação entre a profilaxia e a segregação dessas crianças em espaços que impediam a continuidade do ciclo da doença.

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Biografia do Autor

Daniel dos Santos Fernandes, UNIVERSIDADE FERDERAL DO PARÁ

Possui doutorado em Ciências Sociais/Antropologia pela Universidade Federal do Pará (2008), mestrado em Letras: Lingüística e Teoria Literária pela Universidade Federal do Pará (2002) e graduação em Pedagogia/Administração Escolar pela Universidade do Estado do Pará (1997). Professor Permanente no Programa de Pós-Graduação em Estudos Antrópicos na Amazônia, Membro externo do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígena (NEABI) IFPA/Campus Tucuruí, Membro do Conselho Editorial da Nova Revista Amazônica/PPLSA, tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Cultural e Visual, trabalhando com comunidades tradicionais ribeirinhas e pesqueiras. Vice-coordenador do COLABORATÓRIO DE INTERCULTURALIDADES, INCLUSÃO DE SABERES E INOVAÇÃO SOCIAL(COLINS)/UFPA Campus Castanhal-PPGEAA. Associado efetivo na Associação Brasileira de Antropologia - ABA e associado da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC.

Jaqueline Silva Barbosa, Universidade Federal do Pará

Mestranda em Estudos Antrópicos na Amazônia (PPGEAA) na Universidade Federal do Pará.
E-mail: jaqueline.barbosa@castanhal.ufpa.br

Profº. Dr. José Guilherme dos Santos Fernandes, Universidade Federal do Pará

Doutor em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (2004), professor titular da Universidade Federal do Pará, coordenador e professor do curso de Pós-Graduação em Estudos Antrópicos na Amazônia (PPGEAA) da Universidade Federal do Pará

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Publicado

23-12-2024

Como Citar

Fernandes, D. dos S., Barbosa, J. S., & Fernandes, J. G. dos S. (2024). Filhos da invisibilidade: Profilaxia e/ou segregação parental. Revista Eletrônica História Em Reflexão, 20(38), 433–452. https://doi.org/10.30612/rehr.v20i38.19054

Edição

Seção

Artigos do Dossiê