O horizonte epistemológico decolonial: reparação histórica através do desfile de 2019 da Estação Primeira de Mangueira
DOI:
https://doi.org/10.30612/rehr.v19i36.17100Palavras-chave:
Eurocentrismo; Decolonialidade; Escolas de Samba; Narrativa; Desfile; Mangueira.Resumo
O objetivo do artigo se torna evidenciar uma nova epistemologia de conhecimento como fio condutor do processo criativo do desfile de escola de samba no ano de 2019 da Estação Primeira de Mangueira. Historicamente, o conhecimento estruturado a partir de um viés de pensamento ocidentalizado, era entrelaçado nas manifestações culturais brasileiras como o fenômeno carnavalesco. A narrativa que os desfiles das escolas de samba retratavam em sua apresentação, reforçava os mitos e equívocos que a historiografia eurocêntrica sistematizou por longos anos, relativizando e amenizando episódios históricos problemáticos, como a invasão e consequentemente a colonização, a escravidão e os genocídios dos verdadeiros proprietários dessas terras, os povos originários. A fim de repensar e reescrever a historiografia tradicional brasileira, o movimento decolonial surge como ruptura epistemologia com o intuito de evidenciar a existência e resistência de negros e indígenas no passado e no presente. No desfile “Historias para ninar gente grande” da Estação Primeira de Mangueira, a episteme decolonial é incorporada no desfile realizando uma reparação histórica frente aos povos indígenas, negros e demais grupos sociais que foram vitimas da colonização e da colonialidade, se tornando nesse desfile os verdadeiros heróis e protagonistas da historia do Brasil.
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