Afrofuturismo e teatro experimental do negro: narrativas de resistência e desconstrução do racismo estrutural no Brasil
Narratives of resistance and deconstruction of structural racism in Brazil
DOI:
https://doi.org/10.30612/rehr.v19i36.17950Palabras clave:
Afrofuturismo, Teatro Experimental do Negro, Racismo, ArteResumen
Este artigo aborda de maneira sistemática o fenômeno do racismo estrutural e a concepção do Afrofuturismo no âmbito brasileiro, com o escopo de empreender uma análise perspicaz sobre a influência histórica da escravidão na formação do preconceito dirigido à comunidade negra, ao mesmo tempo em que explora as potencialidades intrínsecas do Afrofuturismo para reestruturar essas percepções estigmatizantes. O método adotado para a consecução desse propósito compreende uma abordagem crítica que se debruça sobre a trajetória histórica e cultural do Brasil, conferindo ênfase particular às manifestações contemporâneas do fenômeno racial. Os resultados dessa análise destacam de maneira irrefutável a perpetuação de desigualdades sociais e a consolidação de representações estereotipadas da população negra nos veículos midiáticos. Adicionalmente, ressaltam a urgência de fomentar uma narrativa que não apenas valorize, mas também desconstrua os estereótipos arraigados na estrutura social. Destaca-se, ainda, o Teatro Experimental do Negro como uma empreitada vanguardista, que não apenas incitou a criação de novas obras, mas também propiciou o surgimento de talentos emergentes, desempenhando um papel crucial na aceitação de movimentos contemporâneos, notadamente o Afrofuturismo. A conclusão que se impõe é que o Afrofuturismo, por meio de suas expressões artísticas e narrativas ficcionais, apresenta-se como um veículo apto a catalisar a imaginação coletiva, resgatar fragmentos históricos negligenciados e estabelecer novos paradigmas de expectativa para a comunidade negra. Nesse contexto, revela-se como um agente transformador, contribuindo de maneira efetiva para a desconstrução do racismo estrutural e para a promoção de uma aceitação mais abrangente da identidade negra na sociedade brasileira.
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