A história da deseducação do negro brasileiro: entre a escola, o estado e a sociedade civil
DOI:
https://doi.org/10.30612/rehr.v19i36.17560Palabras clave:
Deseducação, Racismo, História BrasileiraResumen
O objetivo desse estudo é relacionar a deseducação do negro no Brasil com as com as dinâmicas entre escola, Estado e sociedade civil na história brasileira. Carter G. Woodson (1875-1950), um educador negro dos Estados Unidos, propõe o conceito de deseducação do negro para expor os diversos processos de exclusão sofridos pela população negra no sistema educacional de seu país. Diante dessa ideia de deseducação, o presente trabalho analisa os processos de exclusão dos sujeitos negros no decorrer da história brasileira, a partir das relações entre escola, estado e sociedade civil. A deseducação do negro se organiza no Brasil a partir da estruturalização do racismo como instrumento de dominação histórico-social. Nesse sentido, as escolas brasileiras foram historicamente instrumentalizadas para excluir a população negra e assim perpetuar a organização de um estado racista e coibir uma organização efetiva de uma sociedade civil plena e inclusiva. Esse processo de exclusão educacional da população negra pode ser observado, a partir das relações entre escola, Estado e sociedade civil nos diferentes momentos da história brasileira: colônia; império; Primeira República; Estado Novo; ditadura militar; democratização e atualidade.
Descargas
Citas
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
ALTHUSSER, Louis. Aparelhos ideológicos de Estado. Rio de janeiro: Graal, 1985.
BOTELHO, André; FERREIRA, Gabriela Nunes. Estado e sociedade no Brasil: um encontro adiado com a democracia. In: Estudos Avançados. São Paulo. São Paulo: v. 36 (105), p. 43-63, 2022.
COUTINHO, Carlos Nelson. O estado brasileiro: gênese, crise, alternativas. In: Fundamentos da educação escolar do Brasil contemporâneo. 3 ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2006, p. 173-201
CRUZ, Dos Santos, Mariléia. Uma abordagem sobre a história da educação dos negros. In: História da Educação do Negro e outras histórias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. 2005. p. 21-35
DIAS, Lucimar Rosa . Quantos passos já foram dados? A questão de raça nas leis educacionais – da LDB de 1961 à Lei 10.639 de 2003. In: História da Educação do Negro e outras histórias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. 2005. p. 49-62
DU BOIS, William Edward Burghardt. As almas do povo negro. São Paulo: Veneta, 2021.
FANON, Frantz. Por uma revolução africana. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2021.
GARCIA, Renísia Cristina. Identidade fragmentada: um estudo sobre a história do negro na educação brasileira: 1993-2005. Brasileira: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2007.
KING, Lagarrett & DAVIS, C. & BROWN, Anthony.. African American history, race and textbooks: An examination of the works of Harold O. Rugg and Carter G. Woodson. Journal of Social Studies Research. 36. 359-386, 2012.
NERES, Geraldo Magella. Gramsci e o Moderno Príncipe: a teoria do partido nos cadernos do cárcere. São Paulo: Coleção PROPG Digital (UNESP), 2012.
PEREIRA, Maurício. Racismo na educação: estratégia do Estado e uma possibilidade de superação. Dissertação (Mestrado em Educação) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2009.
SILVA, Geraldo; ARAÚJO, Márcia. Da interdição escolar às ações educacionais de sucesso: escolas dos movimentos negros e escolas profissionais, técnicas e tecnológica. In: História da Educação do Negro e outras histórias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. 2005. p. 65-78
WOODSON, Carter Godwin. A deseducação do negro-Com prefácio de Emicida. São Paulo: Edipro, 2021.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Revista Eletrônica História em Reflexão
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição: Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial: Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual: Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais: Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.