Reformismo conservador-autoritário no cinema durante a Ditadura Militar (1964-1985): o caso do filme Manhã cinzenta (São Paulo, 1968)
DOI:
https://doi.org/10.30612/rehr.v21i40.18945Palavras-chave:
reformismo, universidades, Ditadura Militar, cinema, ciênciasResumo
Neste artigo analisamos a representação da comunidade universitária e científica presentes no média-metragem Manhã Cinzenta (São Paulo, 1968), produzido no auge da Ditadura Militar no Brasil. Observamos que a película pode ser compreendida como um testemunho das discussões sobre o projeto institucional militar para o ensino superior, movido tanto pelo investimento prioritário em pesquisas que pudessem desenvolver a economia e o setor de tecnologia quanto pela repressão à organização política dos universitários. Desse modo, os elementos tecnológicos presentes no filme podem ser interpretados como representações alegóricas de uma ciência acrítica e estritamente técnica defendida pelos militares, enquanto os universitários da trama fazem alusão à ala que se contrapunha a esse projeto.
Downloads
Referências
ADUSP. Controle ideológico da USP. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2018.
ALVES, Mayara Giovanna Gomes. Manhã Cinzenta: Análise histórica sobre a representação da Ditadura Militar brasileira na obra de Olney São Paulo. Monografia de fim de curso. São Paulo, Universidade Federal de São Paulo, 2019.
BAUER, Caroline Silveira; GERTZ, René Ernaini. Fontes sensíveis da história recente. PINSKY, Carla Bassanezi; LUCA, Tania Regina de (orgs.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009.
BERNADET, Jean-Claude. O que é cinema. São Paulo: Editora Brasiliense, 1980.
BLOCH, Marc. Apologia da história, ou O ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2001.
BURKE, Peter. Testemunha ocular: o uso de imagens como evidência histórica. São Paulo: UNESP, 2017.
CAPES. História e evolução: o sistema de avaliação da pós-graduação. 2021. Disponível em: https://intranet.capes.gov.br/noticias/9464-historia-e-evolucao-o-sistema-de-avaliacao-da-pos-graduacao. Acesso em 29/08/2024.
CLEMENTE, José Eduardo Ferraz. Ciência e política durante a ditadura militar: o casado da comunidade brasileira de físicos (1964-1979). Salvador: Sagga, 2020.
D’ARAUJO, Maria Celina; CASTRO, Celso (org.). Tempos modernos: João Paulo dos Reis Velloso, memórias do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004.
FERRO, Marc. Cinema e História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
FREIRE JUNIOR, Olival. History of Science and Technology in 20th-Century Brazil. In: Guillermo Palacios; Lauren (Robin) Derby; Brenda Elsey; Martin Nesvig. (org.). Oxford Research Encyclopedia of Latin American History. 1ed.New York: Oxford University Press, 2020. DOI: https://doi.org/10.1093/acrefore/9780199366439.013.884
GUIMIERI, Julia. Sítio de Ibiúna. Memorial da Resistência de São Paulo. 2021. Disponível em: https://memorialdaresistenciasp.org.br/lugares/sitio-de-ibiuna/. Acesso em 5/11/2024.
NASCIMENTO, Angela José. Olney São Paulo e a peleja do cinema sertanejo. Rio de Janeiro: Quartet, 1999.
MACHADO, Irene. Relações dialógicas no filme Manhã Cinzenta (1969) de Olney São Paulo. ARAUJO, Denize Correa; MORETTIN, Eduardo Victorio; REIA-BAPTISTA, Victor. (org.). Ditaduras Revisitadas: Cartografias, Memórias e Representações Audiovisuais. 1ed.Algarve, Portugal: CIAC, 2016, v. 1.
MARTINS, William. Disputa em cena: os embates entre a censura e a Embrafilme. FICO, Carlos e GARCIA, Miliandre (orgs.). Censura no Brasil republicano (1937-1988): governo, teatro e cinema. Salvador: Sagga, 2021.
MOTOYAMA, Shozo. (org.). Prelúdio para uma História: Ciência e Tecnologia no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.
MOTTA, Rodrigo Patto Sá. As universidades e o regime militar: cultura política brasileira e modernização autoritária. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
NAPOLITANO, Marcos. A história depois do papel. PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Fontes Históricas. São Paulo: Editora contexto, 2002.
PIRES, Antonia Cristina Alencar; TANUS, Gustavo; SCHETTINI, Filipi. Por dentro do caleidoscópio: história e memória político-cultural em Manhã cinzenta, de Olney São Paulo. Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, n. 27, p. 104–122, jan./jun. 2017. DOI: https://doi.org/10.24261/2183-816x0627
ROVAI, Mauro Luiz. Manhã Cinzenta: sociologia e cinema. Artes e Ensaios, v. 26, n. 40, jul./dez., 2020. DOI: https://doi.org/10.37235/ae.n40.24
SALMERON, Roberto Aureliano. A universidade interrompida: Brasília, 1964–1965. Brasília: Editora UnB, 2012.
SANTOS, Daniel Guimarães Elian dos. Massacre Manguinhos: a ciência brasileira e o regime militar (1964-1970). São Paulo: Hucitec, 2020.
SANTOS, Maria Cecília Loschiavo dos (org.). Maria Antônia: uma rua na contramão. São Paulo: Nobel, 1988.
SCHWARTZMAN, Simon. Um espaço para a ciência: a formação da comunidade científica no Brasil. 4. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2015.
SILVA, Renan Siqueira da; MOURA, Breno Arsioli. Resistência e acomodação científica no cinema brasileiro durante a ditadura militar (1964-1985): o caso dos filmes Brasil ano 2000 (1969) e Abrigo Nuclear (1981). Revista Brasileira de História da Ciência, v. 16, n. 2, 2023. DOI: https://doi.org/10.53727/rbhc.v16i2.928
VALIM, Alexandre Busko. História e cinema. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo. Novos domínios da História. Rio de Janeiro, Elsevier, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Eletrônica História em Reflexão

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição: Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial: Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual: Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais: Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
