Desenvolvimento territorial e música

entre os megaeventos e os eventos musicais locais e regionais no Mato Grosso do Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/rel.v16i32.19963

Palavras-chave:

Circuitos Sonoros, Desenvolvimento Local, Megaeventos musicais, Eventos Geográficos, Mato Grosso do Sul

Resumo

Este artigo tem o objetivo analisar as relações dos circuitos sonoros e o desenvolvimento local, especialmente por meio dos eventos musicais. Reconhecemos duas lógicas de constituição desses eventos: a dos megaeventos, notadamente vinculados à indústria cultural globalizada; e a dos eventos locais e regionais que, em muitos casos, possuem maior diversidade de musicalidades e aderência às identidades regionais. Para tanto, utilizamos como recorte de análise os circuitos sonoros de músicas autorais do Mato Grosso do Sul e eventos musicais realizados neste estado, com maior enfoque nos que acontecem na cidade de Dourados. Partimos do estudo de caso de dois eventos musicais que ocorrem: no contexto da ExpoAgro, vinculado à lógica dos megaeventos como Rock in Rio e Lollapalooza, e no Festop (Festival de Todos os Povos), evento local que mobiliza artistas de diversas correntes musicais do estado. Traçamos dois pontos de contato entre esses eventos e o desenvolvimento territorial: os circuitos da economia urbana que cada um mobiliza nos espaços onde eles se realizam, sendo que os megaeventos mobilizam sobretudo os circuitos superiores e os locais e regionais os inferiores; e as disputas na psicosfera, ou seja, sobre os discursos, imaginários, identidades e estéticas que cada um mobiliza.

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Biografia do Autor

Felipe Adriano Costa, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Geografo Licenciado pela Universidade Federal da Grande Dourados e Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Geografia da mesma instituição.

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Publicado

2025-10-27

Como Citar

Costa, F. A. (2025). Desenvolvimento territorial e música: entre os megaeventos e os eventos musicais locais e regionais no Mato Grosso do Sul. ENTRE-LUGAR, 16(32), 188–218. https://doi.org/10.30612/rel.v16i32.19963

Edição

Seção

I SIDET/2024