Paisagem, a linguagem dos fenômenos
DOI:
https://doi.org/10.30612/rel.v13i26.15761Palavras-chave:
Pensamento geográfico, Hermenêutica, Ontologia, PaisagemResumo
Em vista de compreender a paisagem, perscrutou-se uma leitura existencial. Conforme o mundo dos fenômenos, configura-se seu aparecer de ente objetados em seres sujeitos a conceber as coisas em palavras, disso, a configuração das coisas à configuração das palavras são a linguagem em unidade: a paisagem. A percepção da paisagem é um engendrar dos sentidos na integralidade da visão, movimentos, odores, sons etc. Com isso, tramou-se a noção de paisagem com a de território através da língua em linguagem política (pela projeção) e cultural (pela tradição). Também, cerceiam-se as relações sociais da paisagem como uma circularidade entre a nação, povo de um território e a pátria, território de um povo. Assentem-se, portanto, no ínterim do ente-ser, pelo objeto-sujeito a partir da coisa-palavra, imbricações inter-relacionadas para tramar a realidade terrena e mundanidade a circular a paisagem. Através da tipologia da paisagem, anteceder-se deve a perspectiva de ciência existencial em oposição à ciência metodológica, considerando-se contemplar, à consciência geográfica, a perceptividade. Dessarte, a paisagem é a linguagem dos fenômenos em sua ontologia que, na abertura dos horizontes (de si) e dos mundos (dos outros), fundem-se em reflexão geoética.
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