“Sobrevivendo ao Inferno”: mineração e luta pela terra em Canaã dos Carajás (PA) – o caso do Acampamento Oziel Alves do MST
DOI :
https://doi.org/10.5418/ra2025.v21i45.19622Mots-clés :
campesinato, mineração, Luta pela terra, carajás, proletarizaçãoRésumé
Trata-se de um estudo sobre a relação entre a Mineração e Questão Agrária no Sudeste do Pará. Para isso, estudamos a territorialização de um Acampamento, ligado ao MST no Município de Canaã dos Carajás. Área de expansão da mineração protagonizada pela Vale S.A. Imbuídos na necessidade de compreender as estratégias de resistência do campesinato frente as ações de monopolização do território pelo capital mineral. Nosso objetivo é discutir o fenômeno da proletarização do camponês junto ao circuito espacial da mineração em Carajás, tendo como estudo de caso o Acampamento Oziel Pereira Alves do MST na Região de Carajás. Nosso entendimento é que luta pela terra possibilita aos trabalhadores assalariados na mineração um retorno ao campo e de suas atividades agrícolas. Sem, necessariamente, abandonar seus empregos nas firmas. A manutenção da condição de operário aí é uma estratégia de retomada de sua condição camponesa em específico, e do ponto de vista geral, uma estratégia do MST de consolidar seu projeto camponês e de reafirmar a reforma agrária popular Os procedimentos metodológicos são concebidos a partir do trabalho de campo, das técnicas de observação das entrevistas com os sujeitos em questão. Nesse contexto, os dados são qualitativos, demostrando a importância das vozes dos acampados na construção e entendimento da relação mineração e questão agrária.
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