A GEOGRAFIA OFICIAL PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL: as intencionalidades para a reprodução do conhecimento geográfico.
DOI :
https://doi.org/10.5418/RA2019.1528.0009Mots-clés :
EJA, Currículo, Ensino de Geografia.Résumé
As políticas públicas para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) se materializaram no Brasil, após a ofensiva neoliberal, por meio da sincronia entre a gestão nos pressupostos do gerencialismo e a revisão das finalidades formativas sob a ótica do capital. Isto pode ser conferido pela ascensão e cristalização da Pedagogia das Competências tendo em vista as novas morfologias do trabalho, assim como nas predileções para a cidadania de qualidade nova. Neste sentido, objetivamos no presente artigo identificar as transformações imputadas para a EJA ao longo dos últimos anos no que tange às intencionalidades do processo de recomposição burguesa, verificando nas políticas curriculares para o ensino de Geografia os impactos para a formação humana. Trata-se de uma pesquisa básica, de análise qualitativa, de caráter explicativo, que se insere na categoria de pesquisa de tipo bibliográfico-documental.
Téléchargements
Références
ALVES, Giovanni. Trabalho e subjetividade: o espírito do toyotismo na era do capitalismo. São Paulo: Boitempo, 2011.
ANTUNES, Ricardo. O caracol e sua concha: ensaios sobre a nova morfologia do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2005.
_____. As configurações do trabalho na sociedade capitalista. Revista Katálysis, v. 12, n. 2, 2009.
______. O privilégio da servidão: O novo proletariado de serviço na era digital. Boitempo Editorial, 2017.
______. Entrevista. São Paulo: Brasil de Fato. 19 de Setembro de 2016. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2016/09/19/temer-e-capaz-de-regredir-lei-rabalhista-a-epoca-da-escravidao-diz-ricardo-antunes/>. Acesso em: 10 de junho de 2017a.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
______. Ministério da Educação e do Desporto. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais. Brasília: MEC: 2001.
______. Presidência da República. Lei Nº 13.467, de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei Nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis Nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13467.htm>. Acesso em: 02 de agosto de 2019.
______. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
CARVALHO, Marcelo Pagliosa. O financiamento da EJA no Brasil: repercussões iniciais do FUNDEB. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 30, n. 3, 2014.
CASTRO, Claudio Moura e. A receita dos educadores. Revista Veja. São Paulo, página 50, 23 de jun.de 1993. Disponível em <https://acervo.veja.abril.com.br/index.html#/edition/33 249?page= 50§ion=1>. Acesso em: 23 de outubro de 2016.
DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir – Relatório da Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. Brasília: Unesco, 1996.
DI PIERRO, Maria Clara. Notas sobre a redefinição da identidade e das políticas públicas de educação de jovens e adultos no Brasil. Educação & Sociedade, v. 26, n. 92, p. 1115-1139, 2005.
DRUCKER, Peter. A sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1993.
FERNANDES, Florestan. A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. Rio de Janeiro: Globo, 2006.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere, volume 3: Maquiavel. Notas sobre o estado e a política. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2000.
______. Cadernos do Cárcere, volume 2: Os intelectuais. O princípio educativo. Jornalismo. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2001.
______. Cadernos do Cárcere, volume 4: temas de cultura, ação católica. Americanismo e fordismo. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
HIRATA, Helena. Os mundos do trabalho. In: CASALI, Alípio et al. Empregabilidade e educação: novos caminhos no mundo do trabalho. São Paulo: EDUC, 1997.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio, 2019. Rio de Janeiro: IBGE, 2014. Disponível em: <https://ww2.ibge.gov.br/home /estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?idpesquisa=40>. Acesso em: 20 de agosto de 2019.
INEP. Censo Escolar da Educação Básica, 2018. Brasília, DF: INEP, 2018. Disponível em: <http://www.inep.gov.br>. Acesso em seis de julho de 2019.
KUENZER, Acacia Zeneida. Pedagogia da fábrica: as relações de produção e a educação do trabalhador. Em Aberto, v. 4, n. 28, 2011.
______. Trabalho e escola: a flexibilização do ensino médio no contexto do regime de acumulação flexível. Educação & Sociedade, v. 38, n. 139, 2017.
LACOSTE, Yves. A geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. São Paulo: Papirus, 1988.
LINHART, Danièle. A desmedida do capital. São Paulo: Boitempo, 2007.
MACHADO, Maria Margarida. Formação de professores para EJA: uma perspectiva de mudança. Retratos da Escola, v. 2, n. 2/3, 2012.
MARTINS, André Silva; NEVES, Lúcia Maria Wanderley. A direita para o social e esquerda para o capital: intelectuais da nova pedagogia da hegemonia no Brasil. São Paulo: Xamã, 2010.
______. Educação Básica: tragédia anunciada? São Paulo: Xamã, 2015.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto comunista. Boitempo Editorial, 2015.
MÉSZÁROS, Ístvan. A crise estrutural do capital. São Paulo: Boitempo, 2011.
MOREIRA, Ruy. O discurso do avesso: para a crítica da geografia que se ensina. Rio de Janeiro: Dois Pontos, 1987.
______. A diferença e a Geografia: o ardil da identidade e a representação da diferença na geografia. GEOgraphia, v. 1, n. 1, p. 41-58, 2009.
NEVES, Lúcia Maria Wanderley. (Org.). A nova pedagogia da hegemonia: estratégias do capital para educar o consenso. São Paulo: Xamã, 2005.
PORTELLI, Hugues. Gramsci e o bloco histórico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
RAMOS, Marise Nogueira. A pedagogia das competências: autonomia ou adaptação. São Paulo: Cortez, 2001.
ROCHA, Genylton Odilon Rêgo da. O Ensino de Geografia no Brasil: as prescrições oficiais em tempos neoliberais. Revista Contrapontos, v. 10, n. 1, p. 14-18, 2010.
SANTOS, Enio Serra dos. O mundo do trabalho na geografia a ser ensinada na educação de jovens e adultos. Revista Brasileira de Educação em Geografia, v. 1, n. 1, p. 24-46, 2011.
SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova. São Paulo: Hucitec, 1978.
SENNETT, Richard. A corrosão do caráter: as consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2012.
SILVA, Monica Ribeiro da. Currículo e competências: a formação administrada. São Paulo: Cortez, 2008.
SOARES, Leôncio José Gomes. Do direito à educação à formação do educador. In: SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia Gomes de Castro; GOMES, Nilma Lino (Orgs.). Diálogos na educação de jovens e adultos. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.
SOUZA, José dos Santos. Trabalho, educação e sindicalismo: anos 90. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2002.
______. A EJA no contexto das políticas públicas de inclusão de jovens no mercado de trabalho. In: SOUZA, José dos Santos; SALES, Sandra Regina (Orgs.). Educação de Jovens e Adultos: políticas e práticas educativas. Rio de Janeiro: Nau Editora; EDUR, 2011.
______. O sindicalismo brasileiro e a qualificação do trabalhador. Londrina: Praxis; Bauru: Canal 6. 2015.
TONET, Ivo. Educar para a cidadania ou para a liberdade?. Perspectiva, v. 23, n. 2, p. 469-484, 2005.
UNESCO. Relatório Global sobre Aprendizagem e Educação de Adultos. Brasília: UNESCO, MEC, 2016.
VASAPOLLO, Luciano. O trabalho atípico e a precariedade. São Paulo: Expressão Popular, 2005.
VENTURA, Jaqueline Pereira. A EJA e os desafios da formação docente nas licenciaturas. Revista da FAEEBA-Educação e Contemporaneidade, v. 21, n. 37, 2013.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html.)
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
Authors retain copyrights and grant the Journal the right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this Journal.
Authors are permitted to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the Journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or in a book chapter), with an acknowledgement of authorship and initial publication in this journal.
Authors are permitted and encouraged to publish and share their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and citation of published work (See The Effect of Open Access - http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html.)