Os argumentos e as implicações da mecanização na colheita da cana-de-açúcar nos canaviais do estado de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.5418/ra2020.v16i30.9405Palabras clave:
Cana-de-Açúcar, Trabalho, Mecanização, DesempregoResumen
O objetivo deste artigo é apresentar reflexões sobre os argumentos, as justificativas e as estratégias que permeiam o processo de mecanização nos sistemas de colheita e plantio da cana-de-açúcar nos canaviais paulista e, nesse contexto, refletir sobre as consequências dessas mudanças para os trabalhadores e trabalhadoras que atuaram e ainda atuam no segmento em questão. Metodologicamente buscou-se realizar revisão bibliográfica, análise de dados secundários e pesquisa empírica nas Regiões Administrativas de Presidente Prudente e Ribeirão Preto. Os resultados alcançados permitem destacar que, embora o processo de mecanização da colheita e plantio da cana-de-açúcar em curso compareça aos olhos da sociedade fundamentados em argumentos e justificativas que perpassam o viés ambiental e social, essas mudanças nada mais são que estratégias do capital para ampliar e acelerar o processo de acumulação e, por conseguinte, invisibilizar as condições laborais e melhorar sua imagem diante do mercado consumidor, sobretudo o internacional.
Descargas
Citas
ALVES, F. J. C. Modernização da agricultura e sindicalismo: as lutas dos trabalhadores assalariados rurais na região canavieira de Ribeirão Preto. 1991. 270 f. Tese (Doutorado em Economia) – Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1991.
______. Por que morrem os cortadores de cana? Saúde e Sociedade, v. 15, n. 3, p. 90-98, 2006.
ALVES, G. Globalização como processo civilizatório humano-genérico. Estudos de Sociologia, Araraquara, v. 8, n. 14, p. 37-48, 2003.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaios sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 1999.
BACCARIN, J. G. A indústria abarca a cana-de-açúcar e corta rente o trabalho volante: mudanças tecnológicas recentes na lavoura canavieira e impactos na ocupação agrícola do Estado de São Paulo. 2016. 188 f. Tese (Livre-docência) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2016.
BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL. Consultas às operações diretas com empresas 01/01/2008 a 31/12/2008. Central de downloads. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/centraldedownloads>. Acesso em: 18 maio 2017.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações. Disponível em: . Acesso em: 18 ago. 2014.
______. Ministério do Trabalho e Emprego. Perfil do município. Cadastro geral de empregados e desempregados. Disponível em: <http://bi.mte.gov.br/bgcaged/caged_perfil_municipio/index.php>. Acesso em: 23 nov. 2014.
CHESNAIS, F.; SERTAFI, C. “Ecologia” e condições físicas da reprodução social: alguns fios condutores marxistas. Crítica Marxista, n. 16, mar. 2003. Disponível em: <https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/artigo9539_merged.pdf>. Acesso em: 18 de out. 2014.
FREDO, C. E.; CASER, D. V. Mecanização da colheita da cana-de-açúcar atinge 90% na safra 2016/17. Análises e Indicadores do Agronegócio, São Paulo, v. 12, n. 6, jun. 2016. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-35-2017.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2017.
HECK, F. M. O espaço e o contraespaço no circuito produtivo do capital da frigorificação de carnes no Oeste Paranaense. 2017. 348 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2017.
MARX, K. O Capital. São Paulo: Boitempo, 2013. Livro I, capítulo VIII.
MOREIRA, R. Geografia e práxis: a presença do espaço na teoria e na prática geográficas. São Paulo: Contexto, 2012.
OLIVEIRA, A. M. S. Reordenamento territorial e produtivo do agronegócio canavieiro no Brasil e os desdobramentos para o trabalho. 2009. 566 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2009.
ROSA, L. A.; NAVARRO, V. L. Trabalho e trabalhadores dos canaviais: perfil dos cortadores de cana da região de Ribeirão Preto (SP). Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v. 17, p. 143-160, 2014.
SÃO PAULO (Estado). Assembleia Legislativa. Lei nº 11.241, de 19 de setembro de 2002. Dispõe sobre a eliminação gradativa da queima da palha da cana-de-açúcar e dá providências correlatas. São Paulo, SP, 2002. Publicada na Assessoria Técnico-Legislativa em 19 set. 2002.
Disponível em: <https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2002/lei-11241-19.09.2002.html>. Acesso em: 14 abr. 2014.
________. Secretaria do Meio Ambiente. O protocolo. Disponível em: < http://www.ambiente.sp.gov.br/etanolverde/>. Acesso em: 22 ago. 2016.
SILVA, M. A. M. Se eu pudesse, eu quebraria todas as máquinas. In: ANTUNES, R.; MORAES, M. A. (Org.). O avesso do trabalho. São Paulo: Expressão Popular, 2004. v. 1, p. 29-78.
SILVA, M. A. M.; BUENO, J. D.; MELO, B. M. Quando a máquina desfila, os corpos silenciam: tecnologia e degradação do trabalho nos canaviais paulistas. Contemporânea, v. 4, p. 85-116, 2014.
THOMAZ JUNIOR, A. Dinâmica geográfica do trabalho no século XXI: (limites explicativos, autocrítica e desafios teóricos). 2009. 997 f. Tese (Livre-docência) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2009.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html.)
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
Authors retain copyrights and grant the Journal the right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil that allows others to share the work with an acknowledgement of the work's authorship and initial publication in this Journal.
Authors are permitted to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the Journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or in a book chapter), with an acknowledgement of authorship and initial publication in this journal.
Authors are permitted and encouraged to publish and share their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and citation of published work (See The Effect of Open Access - http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html.)