GRANDE DEMAIS PARA QUEBRAR? UMA NOTA GEOECONÔMICA SOBRE A DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
DOI:
https://doi.org/10.5418/RA2019.1528.0001Palavras-chave:
Geografia Econômica, Geoeconomia, DesindustrializaçãoResumo
Este artigo é parte de uma discussão sobre a desindustrialização brasileira já realizada há alguns anos no campo das ciências econômicas, e, por outro lado, ainda prematuro na geografia econômica ou na geoeconomia. A supervalorização dos preços das commodities durante a primeira década do século XXI deu impulso para o desenvolvimento econômico e produtivo brasileiro. Entretanto, após a crise econômica de 2008 nos EUA, e seus efeitos no tabuleiro econômico global fez com que houvesse um arrefecimento dos índices de preços no mercado dos produtos que o Brasil tradicionalmente exporta, sobretudo a partir de 2011, o que fundamenta, em parte, os baixos resultados da economia brasileira na segunda metade da década de 2010. É um contexto geoeconômico e geopolítico conturbado das duas primeiras décadas do século para o Brasil, cuja desindustrialização é uma característica pouco debatida no campo geoeconômico. Compreendê-la a partir deste ponto de vista nos ajuda a tematizar o efeito das políticas econômicas nos territórios e, evidentemente no desenvolvimento regional do país, sobretudo, em tempos de crise.
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