Ações políticas e territoriais dos trabalhadores sem-terra no Assentamento Padre Josimo I e II na luta pela terra em Nova Rosalândia-TO
DOI:
https://doi.org/10.5418/ra2023.v19i40.16492Palavras-chave:
Movimento Sem Terra; assentamento; Padre Josimo; reforma agrária; terraResumo
O presente artigo busca abordar e analisar o papel do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) na organização política dos trabalhos para a condução dos acampamentos e ocupações nas imediações da rodovia 153, em Nova Rosalândia (TO), que resultou na formação do Assentamento Padre Josimo I e II. Os aspectos metodológicos utilizados compreendem revisão bibliográfica sobre o tema em pauta; trabalho de campo com aplicação de questionários às famílias assentadas e, por fim, a análise dos dados coletados. Pela análise,
depreendeu-se que, no Brasil, os trabalhadores e camponeses lutam pelo acesso à terra, como forma de ter um instrumento para manter a sua existência. As políticas de reforma agrária instituídas pelo Estado não atendem às demandas sociais e políticas da população sem-terra, de modo que o MST organiza e politiza a luta pela posse da terra, representando a resistência camponesa. O afastamento do MST após a conquista da terra é aqui entendido como um movimento natural e dialético, entretanto provoca o afastamento da luta pela reforma agrária
em si, o que não é desejável. A continuidade da atuação de quem já se estabeleceu incentiva os que ainda lutam pela conquista da terra. Para tal, as orientações do MST se fazem cruciais.
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