A espacialidade do Brasil africano, a governança secular escravocrata e as perspectivas de uma articulação antirrracista para o território nacional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5418/ra2022.v18i36.16232

Palavras-chave:

Geografia Afrobrasileira, Geopolítica Afrobrasileira, Cartografia Afrobrasileira, Racismo Institucional, Território Afrobrasileiro, Governança Afrobrasileira, Racismo Geográfico

Resumo

Para expressar aspectos fundamentais da Geografia Afrobrasileira, o artigo usa referências das linguagens cartográfica e fotográfica numa perspectiva historiográfica, geopolítica e do geodireito, revelando territorialidades distintas no espaço e no tempo, isto porque existe um convívio secular não assumido, regido por uma geografia da inexistência, pautada na hostilidade da temática, na omissão das informações e nos erros e equívocos oficializados, funcionam como estratégias básicas do Estado para a manutenção do sistema dominante conservador, oligárquico, segregador e preconceituoso. A diminuição crescente dos prestígios da Geografia e da Cartografia nas estruturas de poder; o modelo fragmentário de tratar as demandas territoriais seculares e pendentes do país, assim como, a manutenção do pensamento social racista dominante, no que se refere às matrizes africanas no território e do povo brasileiro, constituem entraves básicos na implementação eficaz das políticas públicas e privadas permanentes, duradouras e articuladas no Brasil. Neste paper buscamos auxiliar na ampliação dos conhecimentos sobre as referências geográficas conflitantes do Brasil Africano contemporâneo e trazer outros elementos para o entendimento das configurações espaciais e da governança dos territórios afrobrasileiros, em risco permanante e sem lugar definido na nação.

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Biografia do Autor

Rafael Sanzio Araújo dos Anjos, Universidade de Brasília (UnB) \ Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Geógrafo, Professor Titular e Pesquisador Sênior da Universidade de Brasília (UnB) \ Professor Visitante Titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA) \ Gestão e Governança do Projeto GEOAFRO.

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Publicado

2022-10-23

Como Citar

Anjos, R. S. A. dos. (2022). A espacialidade do Brasil africano, a governança secular escravocrata e as perspectivas de uma articulação antirrracista para o território nacional. Revista Da ANPEGE. https://doi.org/10.5418/ra2022.v18i36.16232

Edição

Seção

A geografia que propõe ao Brasil: conjuntura e políticas públicas