Conhecendo Don Joseph Gueyancaí: cacique Guenoa que mereceu um reconhecimento fúnebre na Redução dos Guaranis de San Borja (Notas preliminares)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/frh.v26i46/47/48.19900

Palavras-chave:

Morte no passado, Fontes escritas, Traços de ancestralidade, História indígena

Resumo

O conhecimento histórico construído tomou em conta um registro fúnebre promovido em função de um índio não Guarani da redução de San Francisco de Borja. A despeito disso, o valor documental e o significado conceitual precisaram ser construídos por intermédio de uma sensibilidade que aconteceu em função de um nome, ou melhor dizendo, quando um registro onomástico precisou ser realizado em decorrência de uma morte. Logo, nome e morte revelam uma análise de finitude, assim representada no documento histórico que deu origem à ambos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rodrigo Ferreira Maurer, Unipampa

Licenciado em História. Doutor em História (UFSM). Professor Substituto nos cursos de Ciências Humanas e Direito (Unipampa). CCT/03 na 35 Coordenadoria Regional da Educação. Atuou como Professor Formador I do curso de licenciatura em História da Universidade Aberta do Brasil (UAB/EAD) - Unipampa. Foi colaborador do IAPH (Instituto Andaluz de Patrimônio Histórico - Sevilla/Espanha) e IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional) em duas ocasiões (2006 e 2010). Organizou a obra: "Missões em Mosaico. Da interpretação à prática: um conjunto de experiências" (2011) e é co-autor de História, Memória e "Pedaços Patrimoniais" da São Borja Missioneira. Cooperou em trabalhos técnicos à nível internacional como o "Projeto Circuito Internacional de las Misiones Jesuítico-Guaranis" (2011). Tem experiência na área de História com ênfase em História da América, investigando as seguintes temáticas: litígios entre reduções indígenas do Rio da Prata; etnohistória; estratégias e discursos jesuíticos (séc. XVII e XVIII); experiências de longa duração; história colonial; integração regional e dinâmica transatlântica de poder (séc. XVII, XVIII e XIX).

Referências

Arquivo de consulta

A.G.N.A. Archivo General de la Nación Argentina. Buenos Aires.

Referências

ARIÈS, Philippe. História da morte no Ocidente. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

BAPTISTA, Jean. Diversidade reducional. A presença de culturas não-Guaranis em espaços reducionais. In: VI Congresso Internacional de Estudos Ibero-Americanos. Porto Alegre, 2006.

________. A visibilidade étnica nos registros coloniais. Missões guaranis ou missões indígenas? In: Povos indígenas. Tau Golin [et.al.]. Passo Fundo: Méritos, 2009.

BERNAND, Carmen; GRUZINSKI, Serge. História do novo mundo 2: as mestiçagens. São Paulo: Ed. USP, 2006.

BLOCH, Marc. Apologia da História, ou ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

BRACCO, Diego. Los erroes Charrúa y Guenoa-Minuán. In: Jahrbuch für Geschichte Lateinamerikas, n. 41, 2004. DOI: https://doi.org/10.7767/jbla.2004.41.1.117

________. Guenoa Minuana: la nación indígena preponderante al oriente del río Uruguay. In: Memoria Americana. Cuardernos de Etnohistoria, 32. 1, p. 34-53, 2024. DOI: https://doi.org/10.34096/mace.v32i1.13021

BRACCO, Diego; MAZZ, José M. Guenoa minuanos: caciques y território. In: História Debates e Tendências. vol. 19, n. 4, pp. 745-771, 2019. DOI: https://doi.org/10.5335/hdtv.19n.4.10496

BURKE, Peter. Testemunha ocular: história e imagem. Bauru: Edusc, 2004.

CAÑIZARES-ESGUERRA, Jorge. Como escrever a história do Novo Mundo: histórias, epistemologias e identidades no Mundo Atlântico do século XVIII. São Paulo: Edusp, 2011.

CARBONELL DE MASY, Rafael. La propriedad comunitaria en las reducciones guaranies. In: Suplemento Antropológico 27 (2), p.99-130, 1992.

DA SILVA, André L. F. Singularizando uma pluralidade étnica: as reduções jesuítico-guarani e a diversidade étnica. In: XV Jornadas Internacionales – Misiones Jesuíticas. Santiago, Chile, 2014.

DOS SANTOS, Maria C.; BAPTISTA, Jean. Reduções jesuíticas e povoados de índios: controvérsias sobre a população indígena (séc. XVII-XVIII). In: Revista de História da Unisinos. Maio/Agosto, pp. 242-251, 2007.

EPICURO. Carta sobre a felicidade. São Paulo: UNESP, 2002.

ESCANDÓN, Juan. História da transmigração dos setes povos orientais. In: Pesquisas. Instituto Anchietano de Pesquisas, História, n. 23, 1983.

FURLONG, Guillermo. Cartografia jesuítica del Río de la Plata. Buenos Aires: Facultad de Filosofia y Letras, 1936.

GARCIA, Francisco. [1683]. Carta del padre Francisco García para el padre Tomás de Baeza, provincial del Pàraguay. In: ALTAMIRANO, Diego Francisco. Las misiones jesuíticas en 1687. El estado que al presente gozan las misiones de la compañía de Jesús en la provincia del Paraguay, Tucumán y Rio de La Plata. [1687]. Buenos Aires: Academia Nacional de la Historia, 2008.

GARCIA, Elisa F. As diversas formas de ser índio: políticas indígenas e políticas indigenistas no extremo sul da América Portuguesa. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2009.

GINZBURG, Carlo; PONI, Carlo. O nome e o como: troca desigual e mercado historiográfico. In: GINZBURG, Carlo; CASTELNUOVO, Enrico; PONI, Carlo. A micro-história e outros ensaios. Lisboa: Difel, p. 169-178,1989.

GIUDICELLI, Christophe. Las tijeras de San Ignacio: Misión y clasificación en los confines coloniales. In: Guillermo Wilde [et.al.]. Saberes de la conversión. Jesuítas, indígenas e impérios coloniales en las fronteras de la cristandade. Buenos Aires: SB, p. 347-372, 2011.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.

HEIDEGGER, Martín. Ser e tempo. Petrópolis: Vozes, 1989.

KERN, Arno O processo histórico platino no século XVII: da aldeia guarani ao povoado missioneiro. In: Estudos Ibero-Americanos. Vol. XI, n. 1, p. 23-41, 1985. DOI: https://doi.org/10.15448/1980-864X.1985.1.36149

KOSELLECK, Reinhart. Uma história dos conceitos: problemas teóricos e práticos. In: Estudos Históricos, n. 10, p. 134-146, 1992.

LEVI, Giovanni. O trabalho do historiador: pesquisar, resumir, comunicar. In: Revista Tempo, v. 20, 2014. DOI: https://doi.org/10.20509/TEM-1980-542X2014v203612

LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. Campinas: Papirus, 2012.

MAURER, Rodrigo. Do um que não é sete: o caso da antiga redução de San Francisco de Borja e a dinâmica da diferença. Dissertação Mestrado. Passo Fundo: PPGH, Universidade de Passo Fundo, 2011.

__________. Dos índios antes da Companhia de Jesus; e da ordem depois dos índios: a classificação étnico-semântica do Paraguai colonial (séc. XVII e XVIII). In: Estudios Históricos – CDHRPyB, año XI, n. 21, 2019.

__________. “Eles, porém, possuíam, como cristãos, a terra de seus antepassados gentios [...]”. Os litígios pueblerinos e o individualismo reducional. Tese de Doutorado. Santa Maria: PPGH da Universidade Federal de Santa Maria, 2023.

MONTAIGNE. Michel de. Ensaios II – Da crueldade. 5 ed. São Paulo: Nova Cultura. Coleção os pensadores, 1991.

MONTEIRO, John. O guarani e o Brasil meridional. In: História dos índios do Brasil. Manuela Carneiro da Cunha (Coord.). São Paulo: Fapesp/SMC, Companhia das Letras, p. 475-498, 1992.

NUSDORFFER, Bernardo. [1732]. In: FURLONG, Guillermo. Misiones y sus pueblos de guaraníes. Buenos Aires: Imprenta Balmes, 1962.

PACHECO DE OLIVEIRA, João. Ensaios de antropologia histórica. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 1999.

PI HUGARTE, Renzo. Los índios de Uruguay. Madrid: MAPFRE, 1993.

PLATÃO. Fédon. In: coleção Os Pensadores. São Paulo: abril cultural, 1983.

PLATT, Tristan. Estado boliviano y ayllu andino. Tierra y tributo en el norte de Potosí. Lima: Instituto de Estudios Peruanos, 1982.

QUEVEDO, Júlio; MAURER, Rodrigo. Dos índios misturados aos pueblos de Guarani: a província do Paraguai e o historicismo da Companhia de Jesus (séc. XVII e XVIII). In: Revista de Estudos Interdisciplinares. Vol. 4, n. 4, 2022.

RABUSKE, Arthur. Cartas de índios cristãos do Paraguai, máxime dos setes povos, datadas de 1753. In: Estudos Leopoldenses, Unisinos, ano XIII, vol. 14, n. 47, 1978.

SCHOPENHAUER, Arthur. Metafísica do amor/Metafísica da morte. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

SCHWARTZ, Stuart; LOCKART, James. A América Latina na época colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

STERN, Steven. Paradigmas de la conquista: historia, historiografia y politica. In: Boletin del Instituto de Historia Argentina y Americana Dr. Emílio Ravignani. N. 6, pp. 7-40, 1992.

SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada – Ensaio de ontologia fenomenológica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.

________. O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Vozes de bolso, 2016.

SEMPÉ, Moarcy Matheus. O oitavo povo das missões orientais do Uruguai. In: IV Simpósio Nacional de Estudos Missioneiros. Santa Rosa: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Dom Bosco, 1981.

SAHLINS, Marshall. Ilhas da história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990.

SUSNIK, Branislava. Aproximación a la realidade vivencial y al ethos existencial en el Paraguay colonial. Ambiente rural. In: Estudios Paraguayos. Vol. III, n. 2, 1975.

________. El rol de los indígenas en la formación y em la vivencia del Paraguay. Asunción: IPEN (2 tomos), 1982.

TESCHAUER, Carlos. História do Rio Grande do Sul nos dois primeiros séculos. Porto Alegre: Livraria Selbach, 3 vols., 1918-22.

VAINFAS, Ronaldo. A heresia dos índios: catolicismos e rebeldia no Brasil colonial. São Paulo: Companhia das Letra, 1995.

VOVELLE, Michel. As almas do purgatório, ou, o trabalho de luto. São Paulo: Ed. UNESP, 2010.

WACHTEL, Nathan. Los vencidos: los índios del Perú frente la conquista española (1530-1570). Madrid: Ed. Alianza, 1976.

Downloads

Publicado

2025-07-07

Como Citar

Maurer, R. F. (2025). Conhecendo Don Joseph Gueyancaí: cacique Guenoa que mereceu um reconhecimento fúnebre na Redução dos Guaranis de San Borja (Notas preliminares). Fronteiras, 26(46/47/48), 66–92. https://doi.org/10.30612/frh.v26i46/47/48.19900

Edição

Seção

ARTIGOS